Paquistão alerta para "genocídio" na Caxemira e não vê diálogo com a Índia




O ministro das Relações Exteriores do Paquistão, Shah Mehmood Qureshi, disse no principal fórum de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira, que a “ocupação militar ilegal” da Índia no território de maioria muçulmana da Caxemira cria o espectro de um “genocídio”.
A Índia revogou a autonomia da região disputada no Himalaia, que abriga 8 milhões de habitantes e é uma fonte de atrito entre os vizinhos detentores de armas nucleares, em 5 de agosto.
“As cidades, montanhas, planaltos e vales esquecidos e traumatizados de Jammu e Caxemira, ocupados pela Índia, reverberam hoje com os lembretes sombrios de Ruanda, Srebrenica, os rohingyas e o pogrom of Gujarat”, disse Qureshi ao Conselho de Direitos Humanos da ONU.
“O povo de Jammu e Caxemira, ocupado pela Índia, está apreendendo o pior... tremo ao mencionar a palavra genocídio lá, mas preciso... o povo caxemire no território ocupado —como grupo de pessoas nacional, étnico, racial e religioso— enfrenta ameaças graves às suas vidas, modo de vida e sustento vindas de um regime assassino, misógino e xenófobo”, afirmou.
Não surgiu nenhum comentário de imediato da Índia no conselho.
Índia e Paquistão administram partes da Caxemira, mas a reivindicam por inteiro. Os vizinhos travaram duas guerras pela região, e suas forças trocam disparos com frequência através da Linha de Controle, que tem 740 quilômetros de extensão e é a fronteira de fato.
A Índia enviou soldados ao vale da Caxemira, restringiu a movimentação e cortou as comunicações quando o primeiro-ministro, Narendra Modi, suspendeu os direitos especiais da região em 5 de agosto. As conexões de celular e internet foram interrompidas desde então.

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