Cientistas europeus que estudam o Monte Etna detectaram que o flanco submerso no sudeste da montanha está escorregando lentamente, por motivos diferentes do que se imaginava até agora. Segundo os pesquisadores, a probabilidade de colapso é real e pode ser catastrófica.
Cientistas instalam sensores próximo ao flanco sudeste do Monte Etna
Até agora, os cientistas pensavam que este movimento ocorria devido ao acúmulo de pressão no interior do vulcão, o que estaria distorcendo a forma do vulcão. No entanto, a equipe liderada pela cientista Morelia Urlaub, ligada ao GEOMAR Helmholtz, estudou o movimento do fundo do mar durante um período de escorregamentos acelerados e descobriram que isso está acontecendo por outro motivo.
Transponderes instalados por Urlaub no fundo do mar entre os dias 12 e 20 de maio de 2017 registraram ondulações de cerca de 4 centímetros de altura entre os diversos transponderes. Entretanto, as ondulações foram detectadas longe do eixo central da montanha, mais precisamente próximas do que é conhecido como Cânion Catania.
Crucialmente, os movimentos maiores ocorreram longe da câmara de magma, onde os efeitos de pressão seriam mais significativos. Assim, se o magma não é o responsável pela movimentação, Urlaub e os coautores do trabalho acreditam que a explicação deve estar na interação gravitacional da margem continental, que se afundou no mar e está puxando partes da montanha para trás.
Consequências
O resultado mais importante do trabalho do GEOMAR Helmholtz é que um colapso catastrófico do flanco submarino do Etna é mais provável do que se pensava anteriormente.
Os autores lembram que as encostas vulcânicas nas Ilhas Canárias ruíram várias vezes, sempre precedendo erupções explosivas. No acaso atual, os flancos do Etna estão se movimentando devido à força gravitacional, criando estímulos para alterações no comportamento do magma e erupções subsequentes.
O Etna é um dos vulcões mais ativos do mundo e está em constante erupção. Fica situado na parte oriental da Sicília, na Itália, entre as províncias de Messina e Catânia, onde vivem cerca de 300 mil pessoas.
Segundo o estudo, é muito provável que o deslizamento gravitacional continue, o que poderia induzir deslizamentos muito maiores e mais repentinos do que aqueles observados pelos pesquisadores. Assim como em Cabo Verde, isso poderia induzir um tsunami, mas muito mais próximo de áreas densamente povoadas.
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