Turquia não pode se calar ante uso de sanções como "armas", diz Erdogan



O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, disse nesta terça-feira que o país não pode calar diante do uso de sanções como armas, em meio a um impasse com os Estados Unidos a respeito do destino de um pastor evangélico norte-americano detido por Ancara.
Os EUA pediram a libertação do pastor Andrew Brunson, que passou a cumprir prisão domiciliar em julho depois de ficar detido durante 21 meses. Se for considerado culpado, ele pode ser preso por até 35 anos. Brunson nega as acusações.
A Turquia disse que os EUA deveriam respeitar o processo legal relativo ao pastor, cujo julgamento por acusações de terrorismo enfureceu o presidente norte-americano, Donald Trump.
“Nenhum de nós pode ficar calado diante do cancelamento arbitrário de acordos comerciais e o uso de sanções econômicas como armas”, disse Erdogan em discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
Em agosto Trump autorizou a duplicação das tarifas ao alumínio e ao aço importados da Turquia. Ancara reagiu à altura, aumentando as tarifas sobre importações de carros, álcool e tabaco dos EUA.        
A lira perdeu quase 40 por cento do valor diante do dólar neste ano devido aos temores do controle de Erdogan sobre a política monetária e da crise diplomática entre Ancara e Washington.
Mas a lira turca se recuperou ligeiramente nesta terça-feira, já que os investidores pesaram as perspectivas de uma melhoria nos laços Turquia-EUA depois que o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, disse que tem a expectativa de conversar sobre o futuro de Brunson nesta semana.
Fahrettin Altun, o assessor de comunicação de Erdogan, publicou no Twitter uma foto de Erdogan e Trump trocando um aperto de mãos e sorrindo na ONU.

Erdogan diz que Judiciário decidirá destino de pastor dos EUA preso na Turquia
O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, disse que um tribunal de seu país, e não políticos, decidirá o destino de um pastor norte-americano cuja detenção por acusações de terrorismo abalou as relações entre Ancara e Washington.
Na segunda-feira, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, disse ter esperança de que a Turquia liberte o pastor evangélico Andrew Brunson neste mês. Ele passou a cumprir prisão domiciliar em julho depois de ficar detido durante 21 meses.
Em uma entrevista concedida na terça-feira, quando estava em Nova York para a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Erdogan disse que qualquer decisão a respeito de Brunson será tomada pela corte.
“Esta é uma questão jurídica. Brunson foi detido por acusações de terrorismo... em 12 de outubro haverá outra audiência e não sabemos o que o tribunal decidirá, e políticos não opinarão no veredicto”, disse Erdogan.
Se for considerado culpado, Brunson pode ser preso por até 35 anos. Ele nega as acusações.
“Como presidente, não tenho o direito de ordenar sua libertação. Nosso Judiciário é independente. Vamos esperar para ver o que o tribunal decide”.
Enfurecido com a detenção do pastor, o presidente dos EUA, Donald Trump, autorizou a duplicação das tarifas ao alumínio e ao aço importados da Turquia. Ancara retaliou aumentando as tarifas sobre importações de carros, álcool e tabaco dos EUA.
A lira perdeu quase 40 por cento do valor diante do dólar neste ano devido aos temores do controle de Erdogan sobre a política monetária e da crise diplomática entre Ancara e Washington.
“O caso Brunson não é nem de longe relacionado à economia da Turquia. Os desafios econômicos atuais foram exagerados mais do que o necessário, e a Turquia superará estes desafios com seus próprios recursos”, disse Erdogan.
O Banco Central turco elevou sua taxa básica de juros em 6,25 pontos percentuais neste mês, o que fortaleceu a lira e possivelmente apaziguou os temores dos investidores com a influência de Erdogan sobre a política monetária.
Erdogan disse que a decisão foi um sinal claro da independência do Banco Central, acrescentando que, como presidente, é contra a elevação dos juros.
Ele ainda disse que a Turquia continuará comprando gás natural do Irã, apesar das sanções dos EUA a Teerã.

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