China cobra que EUA removam obstáculos a melhoria de laços militares


A China cobrou que os Estados Unidos “removam obstáculos” para a melhoria dos laços militares e parem de difamá-la em meio a tensões crescentes ligadas ao comércio, Taiwan, o Mar do Sul da China e as alegações de interferência chinesa na próxima eleição norte-americana feitas pelo presidente norte-americano, Donald Trump.

Na quarta-feira Trump acusou a China de tentar interferir nas eleições parlamentares de 6 de novembro, dizendo que Pequim não quer que ele ou seu Partido Republicano se saiam bem por causa de sua postura comercial combativa.

Os dois países já estão envolvidos em uma guerra comercial intensa e continuam a se chocar em função de uma série de temas delicados, como o disputado Mar do Sul da China e Taiwan, armada por Washington e reivindicada por Pequim.

No sábado a China convocou o embaixador dos EUA em Pequim e adiou conversas militares conjuntas para protestar contra a decisão de Washington de punir uma agência militar chinesa e seu diretor pela compra de caças russos e um sistema antimísseis terra-ar.

O porta-voz do Ministério da Defesa, Ren Guoqiang, disse em um boletim mensal à imprensa que os EUA deveriam adotar medidas para melhorar o relacionamento militar e expressou a oposição chinesa firme aos sobrevoos “provocadores” da Força Aérea norte-americana no Mar do Sul da China depois que aviões B-52 voaram nos arredores da rota marítima nesta semana.

Ele até insinuou que pode haver dúvidas sobre uma visita do ministro da Defesa, Wei Fenghe, aos EUA, prevista para ocorrer ainda este ano. “Os Estados Unidos são os culpados pelo problema atual, por isso os Estados Unidos precisam corrigir seus erros imediatamente, e retirar as chamadas sanções para remover os obstáculos que interferem no desenvolvimento saudável de relações entre os respectivos militares”, disse Ren quando indagado sobre a viagem de Wei.

Pequim também negou um pedido para um navio de guerra dos EUA visitar Hong Kong, informou o consulado norte-americano da cidade chinesa na terça-feira. Ren disse não ter maiores informações sobre a questão.

Para atirar lenha na fogueira, a China se revoltou nesta semana quando os EUA aprovaram a venda de peças de reposição de caças F-16 e outras aeronaves militares no valor de 330 milhões de dólares para Taiwan, que os chineses consideram uma província rebelde.

A rusga militar e a acusação relativa à eleição piorou um relacionamento já envenenado pela guerra comercial bilateral.

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