Algo muito sério está alterando o fundo do mar. E nós somos os culpados



Pesquisadores japoneses confirmaram o que muitos já imaginavam. O lixo produzido pelo ser humano está se acumulando danosamente no fundo dos oceanos, forçando criaturas marinhas a conviverem com sacos plásticos e detritos produzidos aqui na superfície.


Lixo plastico encontrado no fundo do oceano
Lixo plástico encontrado no fundo do oceano, na região da Fossa das Marianas.Plástico e muito maisAlém do plástico, foram detectados metais, borrachas, material de pesca, garrafas de vidro e outros tipos de lixos produzidos aqui na superfície. Naturalmente, o lixo encontrado é apenas parte dessa poluição, aquilo que foi visto pelas câmeras. A realidade é provavelmente muito pior.Plástico no EstômagoEstudos anteriores já haviam revelado que grande quantidade de plásticos foram encontrados nos estômagos de criaturas do mar em todas as seis áreas mais profundas conhecidas do oceano. Os cientistas analisaram 90 crustáceos que vivem entre 7 e 10 mil metros de profundidade e descobriram que seus tratos intestinais continham vários tipos de fibras sintéticas, incluindo Rayon e Lyocell, que são microfibras usadas na produção de náilon, poliamida, polietileno e PVC.
Lixo plastico encontrado no fundo do oceano
Os cientistas analisaram 90 crustáceos que vivem entre 7 e 10 mil metros de profundidade e descobriram que seus tratos intestinais continham vários tipos de fibras sintéticas usadas na produção de náilon, poliamida, polietileno e PVC.Sacolinhas PlásticasFelizmente, muitos países perceberam o problema e começaram a implementar algumas novas políticas para conter o problema, como o bem-sucedido imposto sobre a sacola plástica do Reino Unido e a diminuição da distribuição de sacolas plásticas de supermercados em grandes metrópoles, com São Paulo.

De acordo com estudo, publicado pela Agência Japonesa para Ciência e Tecnologia - JAMSTEC - até na fossa das Marianas, o local mais profundo dos oceanos, sacolas plásticas inteiras foram encontradas a 10 mil metros de profundidade.
A descoberta foi obtida após o registro de milhares de imagens e dados coletados por submarinos robóticos, durante missões que tinham como objetivo o estudo das presença de plásticos em águas profundas.
Embora vários oceanos tenham sido explorados, a maioria dos registros foi obtida no oeste do Pacífico Norte, onde as imagens mostraram que a existência de 335 itens diferentes a cada 1 quilômetro quadrado.
A pesquisa foi realiada entre 1983 e março de 2017 e revelou pelo menos 3425 tipos de detritos em profundidades de mais de 6 mil. Desse total, cerca de um terço desses detritos eram produtos feitos de plástico, que levam centenas e centenas de anos para serem biodegradados.

Chamou a atenção dos cientistas a interferência humana sobre o ecossistema. Algumas imagens mostram plásticos ao lado de estrelas do mar, peixes e outras criaturas marinhas.


“Infelizmente, o estudo mostra que os detritos plásticos, particularmente produtos de uso único, atingiram as partes mais profundas do oceano”, escrevem os autores da pesquisa. Segundo eles, o destaque da descoberta foi a distribuição onipresente dos plásticos até mesmo nas maiores profundidades da Fossa das Marianas, o que mostra que há uma ligação clara entre as atividades humanas diárias e os ambientes remotos, onde nenhuma atividade humana direta ocorre.
"O presente estudo sugere que todas as espécies pelágicas, mesopelágicas e de profundidade no oeste do Pacífico Norte podem estar em risco".


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