Programa de mísseis balísticos intercontinentais de Pyongyang avançou a passos largos devido à aquisição de motores fabricados na Ucrânia durante a era soviética, sugerem pesquisadores.
Pesquisadores da área de defesa ligaram os enormes avanços do sistema de mísseis da Coreia do Norte a tecnologias usadas na família soviética de sistemas de propulsão de foguetes RD-250, segundo um relatório publicado nesta segunda-feira (14/08) pelo Instituto Internacional para Estudos de Segurança (IISS), sediado em Londres.
"A Coreia do Norte adquiriu um motor de combustível líquido de alta performance de uma fonte estrangeira", afirma Michael Elleman, pesquisador do IISS, no relatório. "Evidências disponíveis indicam claramente que esse motor é baseado na família de motores soviéticos RD-250 e foi modificado para operar como força propulsora dos [mísseis] Hwasong-12 e Hwasong-14."
Oleksandr Turchynov, secretário do Conselho de Segurança e Defesa da Ucrânia, negou que autoridades do país tenham colaborado na suposta aquisição de tecnologia soviética de mísseis.
Segundo ele, essa informação não tem fundamento e "faz parte de uma campanha dos serviços secretos russos para ocultar a sua participação no programa nuclear e de fabricação de mísseis da Coreia do Norte. A Ucrânia nunca forneceu motores ou qualquer outra tecnologia de mísseis à Coreia do Norte."
Nos anos 1960, na antiga União Soviética, o motor RD-250 era produzido na fábrica Yuzhmash, em Dnipro, uma cidade que hoje fica na parte da Ucrânia controlada pelo governo em Kiev, a cerca de 150 km da área dominada por separatistas apoiados pela Rússia.
Elleman afirma que o relatório "não pretende sugerir que o governo ucraniano esteja envolvido". Ele disse que funcionários da fábrica que sofreram com os abalos econômicos do país poderiam estar "suscetíveis à exploração por negociadores inescrupulosos, traficantes de armas e criminosos transnacionais operando na Rússia, na Ucrânia ou em outros locais".
"Um pequeno grupo de funcionários descontentes ou guardas mal pagos em qualquer um dos locais de armazenagem poderia ser incitado a roubar uns poucos motores por um dos inúmeros traficantes de armas, redes criminosas ou contrabandistas transnacionais operando na antiga União Soviética", afirma o relatório.
O sistema de mísseis de Pyongyang deu um salto desde os testes fracassados de 2016. Em julho deste ano, a Coreia do Norte realizou o seu primeiro teste de um míssil balístico intercontinental, o que levou a sanções mais rígidas por parte da comunidade internacional.
Segundo o pesquisador, para evitar que a Coreia do Norte "aperfeiçoe suas condições de aterrorizar os Estados Unidos com armas nucleares", os EUA e seus aliados, apoiados por China e Rússia, precisam proibir futuros testes de mísseis.
"Mas a janela de oportunidade logo vai se fechar, por isso é preciso agir diplomaticamente – e logo", disse Elleman. Após a entrada em vigor das restrições punitivas mais severas proclamadas pelas Nações Unidas, na semana passada, a China parou de importar produtos como ferro, chumbo e frutos do mar dos Estados Unidos.
As tensões entre a Coreia do Norte e os EUA atingiram um ponto alto em meio a uma guerra de palavras envolvendo os líderes dos dois países.
"A Coreia do Norte adquiriu um motor de combustível líquido de alta performance de uma fonte estrangeira", afirma Michael Elleman, pesquisador do IISS, no relatório. "Evidências disponíveis indicam claramente que esse motor é baseado na família de motores soviéticos RD-250 e foi modificado para operar como força propulsora dos [mísseis] Hwasong-12 e Hwasong-14."
Oleksandr Turchynov, secretário do Conselho de Segurança e Defesa da Ucrânia, negou que autoridades do país tenham colaborado na suposta aquisição de tecnologia soviética de mísseis.
Segundo ele, essa informação não tem fundamento e "faz parte de uma campanha dos serviços secretos russos para ocultar a sua participação no programa nuclear e de fabricação de mísseis da Coreia do Norte. A Ucrânia nunca forneceu motores ou qualquer outra tecnologia de mísseis à Coreia do Norte."
Nos anos 1960, na antiga União Soviética, o motor RD-250 era produzido na fábrica Yuzhmash, em Dnipro, uma cidade que hoje fica na parte da Ucrânia controlada pelo governo em Kiev, a cerca de 150 km da área dominada por separatistas apoiados pela Rússia.
Elleman afirma que o relatório "não pretende sugerir que o governo ucraniano esteja envolvido". Ele disse que funcionários da fábrica que sofreram com os abalos econômicos do país poderiam estar "suscetíveis à exploração por negociadores inescrupulosos, traficantes de armas e criminosos transnacionais operando na Rússia, na Ucrânia ou em outros locais".
"Um pequeno grupo de funcionários descontentes ou guardas mal pagos em qualquer um dos locais de armazenagem poderia ser incitado a roubar uns poucos motores por um dos inúmeros traficantes de armas, redes criminosas ou contrabandistas transnacionais operando na antiga União Soviética", afirma o relatório.
O sistema de mísseis de Pyongyang deu um salto desde os testes fracassados de 2016. Em julho deste ano, a Coreia do Norte realizou o seu primeiro teste de um míssil balístico intercontinental, o que levou a sanções mais rígidas por parte da comunidade internacional.
Segundo o pesquisador, para evitar que a Coreia do Norte "aperfeiçoe suas condições de aterrorizar os Estados Unidos com armas nucleares", os EUA e seus aliados, apoiados por China e Rússia, precisam proibir futuros testes de mísseis.
"Mas a janela de oportunidade logo vai se fechar, por isso é preciso agir diplomaticamente – e logo", disse Elleman. Após a entrada em vigor das restrições punitivas mais severas proclamadas pelas Nações Unidas, na semana passada, a China parou de importar produtos como ferro, chumbo e frutos do mar dos Estados Unidos.
As tensões entre a Coreia do Norte e os EUA atingiram um ponto alto em meio a uma guerra de palavras envolvendo os líderes dos dois países.
China põe em vigor sanções à Coreia do Norte
O governo chinês anunciou nesta segunda-feira (14/08) a entrada em vigor de sanções à economia norte-coreana, em retaliação à recusa do regime de Kim Kong-un de congelar o desenvolvimento de seu programa nuclear.
As sanções haviam sido aprovadas no último dia 6 de agosto pelo Conselho de Segurança da ONU. Elas se aplicam às exportações norte-coreanas de carvão, ferro, chumbo e pescado e devem ter impacto de 1 bilhão de dólares (33%) no total de vendas de Pyongyang ao exterior.
Acusada pelo governo Donald Trump de não fazer o suficiente para pressionar a Coreia do Norte, a China cumpre, assim, sua promessa de colocar as sanções em prática dentro do prazo – 30 dias após a aprovação da resolução no Conselho de Segurança.
A China é o maior parceiro comercial da Coreia do Norte: em 2016, o comércio norte-coreano com outros países totalizou 6 bilhões de dólares. Do valor, cerca de 5,5 bilhões (ou 91,5%) correspondem às trocas comerciais com os chineses.
Membro permanente e com direito a veto no Conselho de Segurança, a China assegura que apoia totalmente as sanções, mas costuma ressaltar a necessidade de que não afetem excessivamente a economia norte-coreana e coloque o povo em perigo.
"É preciso evitar efeitos negativos contra atividades econômicas e cooperação que não estejam proibidas, como a ajuda humanitária ou a troca de alimentos", destacou na semana passada o porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores chinês Geng Shuang.
Em julho, Trump reclamou que o comércio entre China e Coreia do Norte havia aumentado 40% no primeiro trimestre. Pequim defendeu a aliança econômica como uma relação normal entre dois países vizinhos que não viola as sanções da ONU.
A China suspendeu já desde fevereiro a importação de carvão, mas comprou 74 milhões de dólares de minério de ferro da Coreia do Norte nos primeiros cinco meses do ano, cifra quase igual ao total de 2016.
As compras de pescado totalizaram 46 milhões em junho, quase o triplo em comparação a maio. As sanções à Coreia do Norte entram em vigor a partir desta terça-feira. Elas coincidem com a escalada da retórica entre EUA e Coreia do Norte, o que levou a temores de um conflito na península.
As sanções haviam sido aprovadas no último dia 6 de agosto pelo Conselho de Segurança da ONU. Elas se aplicam às exportações norte-coreanas de carvão, ferro, chumbo e pescado e devem ter impacto de 1 bilhão de dólares (33%) no total de vendas de Pyongyang ao exterior.
Acusada pelo governo Donald Trump de não fazer o suficiente para pressionar a Coreia do Norte, a China cumpre, assim, sua promessa de colocar as sanções em prática dentro do prazo – 30 dias após a aprovação da resolução no Conselho de Segurança.
A China é o maior parceiro comercial da Coreia do Norte: em 2016, o comércio norte-coreano com outros países totalizou 6 bilhões de dólares. Do valor, cerca de 5,5 bilhões (ou 91,5%) correspondem às trocas comerciais com os chineses.
Membro permanente e com direito a veto no Conselho de Segurança, a China assegura que apoia totalmente as sanções, mas costuma ressaltar a necessidade de que não afetem excessivamente a economia norte-coreana e coloque o povo em perigo.
"É preciso evitar efeitos negativos contra atividades econômicas e cooperação que não estejam proibidas, como a ajuda humanitária ou a troca de alimentos", destacou na semana passada o porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores chinês Geng Shuang.
Em julho, Trump reclamou que o comércio entre China e Coreia do Norte havia aumentado 40% no primeiro trimestre. Pequim defendeu a aliança econômica como uma relação normal entre dois países vizinhos que não viola as sanções da ONU.
A China suspendeu já desde fevereiro a importação de carvão, mas comprou 74 milhões de dólares de minério de ferro da Coreia do Norte nos primeiros cinco meses do ano, cifra quase igual ao total de 2016.
As compras de pescado totalizaram 46 milhões em junho, quase o triplo em comparação a maio. As sanções à Coreia do Norte entram em vigor a partir desta terça-feira. Elas coincidem com a escalada da retórica entre EUA e Coreia do Norte, o que levou a temores de um conflito na península.
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