Presidente quer mais 40 mil jovens nas forças de segurança. Na OEA, chanceler desafia EUA
Cada vez mais isolado, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou ontem uma mudança estratégica da cúpula das Forças Armadas, fortalecendo a ala mais radical dos militares e enfraquecendo Vladimir Padrino López, que embora tenha sido ratificado como ministro da Defesa perdeu o poderoso Comando Estratégico da Força Armada Nacional Bolivariana (Ceofanb).
Para seu lugar, o presidente nomeou o almirante Regimio Ceballlos e ainda determinou que se incorporem, de forma imediata, 40 mil jovens à Guarda Nacional Bolivariana e à Policia Nacional, medidas que mostram um presidente cada vez mais dependente das Forças Armadas para se manter no poder, segundo analistas locais.
No mesmo dia, a Justiça autorizou o início de um processo contra a procuradora-geral, Luisa Ortega — chavista ferrenha que se tornou umas das principais críticas do governo — por não respeitar as “decisões democráticas do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ)”. — As mudanças poderiam levar a uma radicalização das medidas adotadas pelos militares, já que Ceballos é muito mais linhadura do que seu antecessor — alertou ao “El Nacional” a advogada Rocío San Miguel, presidente da ONG Controle Cidadão.
A oposição ainda acusa alguns dos novos designados de violação de direitos humanos. O debate sobre a situação do país dominou o segundo dia da 47ª Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Cancún, no México.
Enquanto os países que tentaram — sem sucesso até o momento — aprovar uma resolução contra o regime buscavam outras formas de agir, a chanceler Delcy Rodríguez, representante de Caracas no encontro, bloqueava a agenda, aproveitando o momento para atacar os países mais críticos à Venezuela. O tema ofuscou outras prioridades da OEA, como modernizar a instituição e sua reforçar a situação financeira.
Após a derrota um dia antes, quando a proposta de resolução sobre a Venezuela ficou a três votos da aprovação, muitas das nações que defendiam um texto mais forte passaram o dia pressionando as que se abstiveram na votação — sobretudo países caribenhos — para levar o tema novamente ao plenário.
EUA, Brasil e outros 10 membros emitiram uma carta acusando o país de minar a democracia, não alimentar seu povo e violar direitos. — Os EUA querem criar muros, fazem guerras, e pretendem criticar a Venezuela por direitos humanos. Eles lançaram há poucos dias a “mãe de todas as bombas”, nós lançamos a “mãe de todo o diálogo”, ao convocar a Assembleia nacional Constituinte — disse Delcy Rodríguez.
Tema deve monopolizar último dia de debates
Rodríguez ainda advertiu o subsecretário de Estado americano, John J. Sullivan, de que seu país teria de lançar uma invasão militar na Venezuela para impor uma resolução. Como pedia réplicas a cada apresentação, ela impediu o avanço de outros temas.
Mas, por outro lado, mostrava preocupação ao não abandonar o encontro como prometera. A expectativa é que a Venezuelana continue dominando os debates hoje, último dia da Assembleia. Luis Almagro, secretário-geral da entidade, pretendia aprovar uma resolução sobre o país antes do encontro para evitar que o tema monopolizasse a agenda.
Para seu lugar, o presidente nomeou o almirante Regimio Ceballlos e ainda determinou que se incorporem, de forma imediata, 40 mil jovens à Guarda Nacional Bolivariana e à Policia Nacional, medidas que mostram um presidente cada vez mais dependente das Forças Armadas para se manter no poder, segundo analistas locais.
No mesmo dia, a Justiça autorizou o início de um processo contra a procuradora-geral, Luisa Ortega — chavista ferrenha que se tornou umas das principais críticas do governo — por não respeitar as “decisões democráticas do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ)”. — As mudanças poderiam levar a uma radicalização das medidas adotadas pelos militares, já que Ceballos é muito mais linhadura do que seu antecessor — alertou ao “El Nacional” a advogada Rocío San Miguel, presidente da ONG Controle Cidadão.
A oposição ainda acusa alguns dos novos designados de violação de direitos humanos. O debate sobre a situação do país dominou o segundo dia da 47ª Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Cancún, no México.
Enquanto os países que tentaram — sem sucesso até o momento — aprovar uma resolução contra o regime buscavam outras formas de agir, a chanceler Delcy Rodríguez, representante de Caracas no encontro, bloqueava a agenda, aproveitando o momento para atacar os países mais críticos à Venezuela. O tema ofuscou outras prioridades da OEA, como modernizar a instituição e sua reforçar a situação financeira.
Após a derrota um dia antes, quando a proposta de resolução sobre a Venezuela ficou a três votos da aprovação, muitas das nações que defendiam um texto mais forte passaram o dia pressionando as que se abstiveram na votação — sobretudo países caribenhos — para levar o tema novamente ao plenário.
EUA, Brasil e outros 10 membros emitiram uma carta acusando o país de minar a democracia, não alimentar seu povo e violar direitos. — Os EUA querem criar muros, fazem guerras, e pretendem criticar a Venezuela por direitos humanos. Eles lançaram há poucos dias a “mãe de todas as bombas”, nós lançamos a “mãe de todo o diálogo”, ao convocar a Assembleia nacional Constituinte — disse Delcy Rodríguez.
Tema deve monopolizar último dia de debates
Rodríguez ainda advertiu o subsecretário de Estado americano, John J. Sullivan, de que seu país teria de lançar uma invasão militar na Venezuela para impor uma resolução. Como pedia réplicas a cada apresentação, ela impediu o avanço de outros temas.
Mas, por outro lado, mostrava preocupação ao não abandonar o encontro como prometera. A expectativa é que a Venezuelana continue dominando os debates hoje, último dia da Assembleia. Luis Almagro, secretário-geral da entidade, pretendia aprovar uma resolução sobre o país antes do encontro para evitar que o tema monopolizasse a agenda.
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