Estados Unidos e Filipinas iniciaram
nesta terça-feira suas manobras militares conjuntas anuais, apesar dos
insultos do presidente Rodrigo Duterte contra Washigton e suas ameaças
de reorientar sua política para a China.
Dois mil militares dos dois países
realizarão até 12 de outubro essas manobras, que incluem exercícios em
águas próximas às zonas do Mar da China China Meridional, alvo de uma
disputa regional com Pequim.
Desde sua posse, no final de junho,
Duterte multiplicou seus insultos contra os Estados Unidos e assegurou
que esses exercícios - realizados em virtude de um tratado de mútua
defesa - serão os primeiros e os últimos de seu mandato.
"Não gosto dos americanos", afirmou
Duterte no domingo. "Eles me repreendem publicamente, por isso digo a
eles: 'vão se f*..", afirmou, acenando com a possibilidade da diplomacia
filipina se voltar para Pequim e Moscou.
Mas nada por ora indica que as declarações de Duterte terão impacto efetivo sobre a política conjunta com os americanos.
O secretário americano da Defesa, Ashton Carter, afirmou na semana passada que a aliança entre os dois países é "muito sólida".
Líder das Filipinas manda Obama ao inferno e diz que pode comprar armas de Rússia e China
O líder das Filipinas, Rodrigo Duterte,
mandou o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para o inferno,
nesta terça-feira, e disse que os EUA se recusaram a vender algumas
armas a seu país, mas que não se importa porque a Rússia e a China estão
dispostas a fornecê-las.
Em seu ataque verbal mais recente,
Duterte afirmou ter perdido respeito pelos EUA e repudiou as
preocupações norte-americanas com sua guerra às drogas, chamando seus
críticos de "tolos" que não podem impedi-lo de levar a cabo uma campanha
que já matou mais de 3.400 pessoas em pouco mais de três meses.
Em um discurso polêmico e às vezes de
baixo calão feito em Manila, Duterte disse que Washington não quer
vender mísseis e outras armas, mas que russos e chineses lhe disseram
que podem providenciá-las facilmente.
"Embora possa parecer merda para vocês, é
meu dever sagrado manter a integridade desta república e as pessoas
saudáveis", disse Duterte no segundo de dois discursos televisionados
nesta terça-feira.
"Se vocês não querem vender armas, irei à
Rússia. Mandei os generais à Rússia e a Rússia disse 'não se preocupem,
temos tudo que vocês precisam, vamos entregar a vocês".
"E quanto à China, eles disseram 'simplesmente venha e assine e tudo será entregue'".
Seus comentários foram os mais recentes
de uma avalanche quase diária de hostilidade contra os EUA, em que o
presidente filipino começou a contrastar a ex-potência colonial com seus
rivais geopolíticos Rússia e China.
No domingo, ele afirmou ter recebido
apoio de Moscou e Pequim quando se queixou a eles dos Estados Unidos.
Ele ainda disse que irá rever o Acordo Intensificado de Cooperação de
Defesa entre as Filipinas e os EUA.
O acordo, assinado em 2014, garante a
tropas norte-americanas algum acesso a bases filipinas, e lhes permite
montar instalações de armazenamento para segurança marítima e para
operações humanitárias e de reação a desastres.
Duterte disse que os EUA deveriam ter
apoiado as Filipinas no enfrentamento de seus problemas crônicos das
drogas, mas que ao invés disso o criticaram pelo alto saldo de mortes,
como fez a União Europeia.
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