caças Gripen da Flygvapnet em exercício conjunto com a OTAN
O Relatório considerou as variáveis de caráter geopolítico no espaço Nórdico-Báltico, com ênfase na hipótese de um ataque russo à Estônia, Letônia e Lituânia, assim como nas implicações que poderiam advir desta ação para Estocolmo, visto que a Suécia aprovou o “Acordo de Anfitrião” com o Bloco militar europeu ocidental e possui estreito relacionamento com essa Instituição.
A situação sueca envolve uma série de argumentos favoráveis e desfavoráveis ao ingresso do país na estrutura da OTAN, cujo teor tende a fragmentar a sociedade, pois alguns grupos defendem uma postura Pró-Aliança, por compreenderem que a Suécia não é capaz de promover a autodefesa, por identificarem o comportamento agressivo da Rússia na região, e pela percepção de que Estocolmo já seria vista por Moscou como membro efetivo do organismo.
Os grupos de perspectiva contrária observam que a formação de uma aliança com a OTAN não seria benéfica ao país, pois entendem que o não-alinhamento é o método mais eficaz de atuação, sobretudo pela ausência de guerra no território sueco nos últimos 200 anos.
Além disso, pelo questionamento que fazem sobre quais vantagens reais os russos teriam numa linha de ação bélica contra a Suécia, bem como sobre a possibilidade de a Suécia ter que lutar a favor de terceiros, além dos custos ao Estado, e, em especial, pela perda de credibilidade dos suecos no que tange a campanhas internacionais e na mediação de conflitos.
O diplomata sueco, Krister Bringéus, que participou da investigação de composição do relatório, apresenta sua visão sobre a questão ao afirmar: “Em 1990, as dotações diminuíram de 2,4% do PIB para 1,1% nos dias atuais. A Suécia, hoje, não pode defender-se sem ajuda externa”. Complementando sua declaração, apresenta como solução a proposta: “Em vez de ingressar na OTAN, devemos reforçar nossa capacidade de defesa nacional, cooperar com os outros quando precisarmos e reintroduzirmos o serviço militar obrigatório.
Mas isso requer uma visão mais ampla da política de defesa, para além da questão da NATO”. A Ministra dos Negócios Estrangeiros, Margot Wallström, salientou: “o fundamental para os nossos princípios de política de segurança é que nós a construímos em conjunto com os outros – no âmbito bilateral, regional e multilateral, em tais fóruns como na União Europeia, na OSCE e na ONU, e através da nossa parceria com a NATO”.
Consoante a opinião dos analistas, é relevante mencionar duas observações: a primeira diz respeito ao caráter prematuro da consideração de aderência à OTAN em meio a diversas e diferentes linhas de pensamento, pois um equívoco de cálculo poderia resultar numa percepção de esvaziamento da atual política de neutralidade sueca e elevar o belicismo nas relações regionais, cuja desconfiança é prejudicial à saudável diplomacia.
E a segunda representa a redução da soberania do país a favor do Bloco militar, visto que os suecos precisariam corresponder a quaisquer acontecimentos futuros nos quais a instituição viesse a ter envolvimento, o que poderia acarretar em desconforto e publicidade negativa para um Estado que é referencial em assuntos de paz.
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