Facções rebeldes com apoio de aviões e tanques turcos reconquistam importantes rotas de abastecimento do "Estado Islâmico" no norte da Síria. Com avanço, Ancara impede que curdos ampliem domínio na região.
O "Estado Islâmico" (EI) perdeu neste
domingo (04/09) o controle das últimas áreas que dominava nas
proximidades da fronteira entre Síria e Turquia, após uma ofensiva de
facções rebeldes que contou com apoio de aviões e Carros de Combate
enviados por Ancara.
Segundo o Observatório Sírio de Direitos
Humanos (OSDH), ONG que monitora o conflito sírio, um corredor de 90
quilômetros foi assegurado ao longo da fronteira, como queria o governo
turco, para expulsar os jihadistas e frear o avanço de milícias curdas.
As áreas se localizam na região situada
entre Jarabulus e al-Rai, ao norte da província de Aleppo, na Síria. Os
jihadistas se retiraram das duas últimas localidades que controlavam na
região, al-Qadi e Tel Mizab, perdendo, assim, importantes rotas de
abastecimento do grupo e o contato com o exterior.
Também neste domingo, tropas do governo
sírio reconquistaram áreas a sudoeste de Aleppo, que incluem uma
faculdade de armas e uma instituição técnica da Força Aérea, em
Ramousah. Com a recaptura do corredor, as forças do governo serão
capazes de voltar a impor um cerco no setor oriental, mantido pelos
jihadistas. Segundo o Observatório, os insurgentes lançaram uma
contraofensiva.
O Exército turco cruzou no sábado a
fronteira a nordeste de Aleppo com 20 Carros de Combate e outros
veículos blindados na operação "Escudo do Eufrates", a primeira incursão
turca por terra na Síria desde o início da guerra civil. A operação
também é dirigida contra a milícia curda Unidades de Proteção Popular
(YPG), equivalente síria do Partido dos Trabalhadores do Curdistão
(PKK).
A Turquia está atenta aos ganhos
territoriais dos curdos na guerra civil da Síria e teme que isso possa
inflar o movimento separatista da minoria curda em seu território.
Curdos estabeleceram três zonas autônomas no norte da Síria desde que a
guerra civil eclodiu, em 2011. Eles negam, porém, que estejam tentando
fundar um Estado próprio.
Turquia amplia presença militar na Síria
Carros de Combate turcos voltaram a
cruzar a fronteira neste sábado (03/09), abrindo uma nova linha de
ataque no norte da Síria para combater o "Estado Islâmico" e conter o
avanço de milícias curdas.
Os Carros de Combate – cerca de 20,
segundo a imprensa local – cruzaram a fronteira a nordeste de Aleppo, a
partir de Elbeyli, na província de Kilis. O avanço faz parte da operação
"Escudo do Eufrates", primeira incursão turca por terra na Síria desde o
início da guerra civil.
Os militares turcos conseguiram entrar na
cidade síria de al-Rai para apoiar a nova ofensiva. Agora sob controle
dos rebeldes, al-Rai estava anteriormente nas mãos do "Estado Islâmico".
Ela fica a oeste de e faz parte de um corredor de 90 quilômetros perto
da fronteira turca que Ancara diz estar limpando dos jihadistas e
protegendo da expansão da milícia curda.
No momento em que os Carros de Combate
cruzavam a fronteira, três foguetes lançados a partir do território
sírio controlado pelo EI atingiram o centro da cidade de Kilis, capital
da província turca de mesmo nome.
O ataque não causou feridos, e a
artilharia turca bombardeou a zona a partir da qual foram lançados os
mísseis e destruiu duas posições do EI. Desde janeiro, 21 cidadãos
turcos foram mortos nessa cidade em ataques com foguetes lançados por
jihadistas
A Turquia está atenta aos ganhos
territoriais dos curdos na guerra civil da Síria e teme que isso possa
inflar o movimento separatista da minoria curda em seu território.
Curdos estabeleceram três zonas autônomas no norte da Síria desde que a
guerra civil eclodiu, em 2011. Eles negam, porém, que estejam tentando
fundar um Estado próprio.
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