Não há evidências de que ataque tenha sido comandado do exterior, diz Obama









O presidente Barack Obama afirmou nesta segunda-feira (13) que não há evidências claras de que o atirador responsável pela chacina na boate de Orlando tenha sido "direcionado por um grupo no exterior", horas depois de o Estado Islâmico reivindicar a autoria do atentado que deixou pelo menos 49 mortos.
Obama afirmou que o atirador Omar Sedique Mateen, 29, nascido nos Estados Unidos e de origem afegã, "aparentemente absorveu várias informações de extremistas" achadas na internet.
"O que sabemos é que ele recentemente jurou fidelidade ao Estado Islâmico, mas não há indício de que isso fazia parte de um plano maior."
O FBI também afirmou em coletiva nesta segunda não ter evidências de que o atirador tenha feito parte do EI ou de alguma rede terrorista internacional.
O presidente norte-americano também falou que o país não pode dualizar a discussão do atentado separando as questões "controle de armas" - tema defendido por Obama e no qual ele encontra forte oposição da associação pró-armas NRA - e "terrorismo". Segundo ele, os assuntos precisam ser debatidos juntos.
"Se tivermos terroristas radicalizados por conta própria nesse país, então eles [terroristas] vão ficar cada vez mais difíceis de serem encontrados. A facilidade com que eles conseguirão as armas fará diferença sobre como eles conduzirão esses ataques. É um problema, independente das motivações", destacou.
"É um problema quando um jovem vai a uma igreja na Carolina do Sul e mata nove pessoas que se ofereceram para rezar por ele. É um problema quando um homem irritado, num campus universitário, decide atirar nas pessoas porque ele se sentiu desrespeitado. É certamente um problema quando organizações como o EI ou Al Qaeda tentam ativar a promoção da violência e algum indivíduo com distúrbios encontrar essa propaganda horrível", ressaltou o presidente lembrando de ataques anteriores ocorridos no país.
13.jun.2016 - Australianos prestam homenagens, em Sydney, às vítimas do tiroteio ocorrido na Flórida (EUA). O primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull, afirmou que o tiroteio foi "um ataque contra todos nós - em todas as nossas liberdades, a liberdade de se reunir, para comemorar, para compartilhar o tempo com os amigos" VEJA MAIS > Imagem: Rick Rycroft/AP
As declarações vieram após uma reunião de Obama na Casa Branca com sua equipe de segurança nacional e inteligência para receber os últimos detalhes do massacre.
Do encontro participaram, entre outros, o vice-presidente Joe Biden; o diretor do Birô Federal de Investigações (FBI), James Comey, e o secretário de Segurança Nacional, Jeh Johnson.
Também estiveram presentes, de acordo com a agenda facilitada pela Casa Branca, o diretor do Centro Nacional Contra o Terrorismo (NCTC), Nicholas Rasmussen, e a procuradora-geral adjunta, Sally Yates.
Ontem, logo depois do ataque, Obama afirmou que, naquele momento, já se sabia "o suficiente para dizer que foi um ato de terrorismo e de ódio". Em seu último ano com presidente, esta foi a 16ª vez que Obama se viu forçado a se pronunciar, desde que chegou à Casa Branca, sobre massacres a tiros.
Ele aproveitou o discurso de domingo para reforçar a necessidade de debate sobre o porte de armas nos EUA, instando os americanos a pensar se este é o país onde querem estar.
"O massacre nos lembra como é fácil pôr as mãos numa arma que permite a eles atirar em pessoas em escolas, cinemas e clubes noturnos", disse Obama. "E nós temos que decidir se este é o tipo de país em que queremos estar. E não fazer nada é também uma decisão." (Com agências internacionais)

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