O atirador Omar Mateen ligou para os serviços de emergência durante o massacre na boate Pulse, em Orlando, para dizer que planejava colocar quatro cinturões de explosivos em reféns e que queria que o Exército dos Estados Unidos parasse de bombardear a Síria e o Iraque, de acordo com transcrições divulgadas pelo FBI nesta segunda-feira (20).
Na madrugada do último dia 12, Omar invadiu a boate, frequentada pelo público LGBT, matando 49 pessoas e deixando 53 feridos.
Às 2h35 (horário local), ele fez a primeira ligação aos serviços de emergência, durando 50 segundos, se identificando como o atirador de Orlando e jurando fidelidade a nomes e grupos que o FBI reluta em divulgar, para evitar a propaganda extremista. Um deles, no entanto, é o Estado Islâmico, que chegou a reivindicar a autoria do ataque.
Dez minutos depois, uma equipe de negociadores começou a falar com Mateen por telefone, em três conversas que seguiram até as 3h24. Ali, o atirador disse que estava naquela cena por causa dos bombardeios norte-americanos na Síria e no Iraque.
O atirador, então, ele ameaçou colocar cinturões de explosivos, fazendo referência aos atentados terroristas do Estado Islâmico em Paris, onde terroristas utilizavam esse equipamento em ataques suicidas.
Ele disse que havia um carro fora da boate com outros explosivos. "Vocês vão levar, e eu vou detonar [os explosivos] se eles [policiais] tentarem fazer qualquer coisa estúpida". Depois, disse que mais ataques dessa natureza "ocorreriam nos próximos dias".
O FBI divulgou transcrições apenas parciais de três telefonemas que Mateen, morto pela polícia, fez enquanto mantinha os reféns na boate. A polícia americana descarta divulgar o restante ou o áudio do conteúdo, justificando que isso pode servir de propaganda extremista e pode ser traumático para sobreviventes e para parentes das vítimas.
"O assassino fazia essas declarações de maneira fria, calma e deliberada", disse Ron Hopper, assistente especial do FBI, em coletiva de imprensa.
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