Parte da fuselagem do A320 que caiu no mar Mediterrâneo com 66 pessoas a bordo
O diretor da autoridade forense do Egito descartou como prematura a insinuação surgida nesta terça-feira (24) de que houve uma explosão a bordo do A320 da EgyptAir que caiu com 66 pessoas a bordo no mar Mediterrâneo na última quinta-feira (19). Veículos internacionais de imprensa divulgaram hoje que os restos mortais recuperados dos corpos das vítimas do voo MS804 indicavam que havia ocorrido uma explosão na aeronave.
Os investigadores empenhados em descobrir por que o avião desapareceu dos radares procuram indícios nos pequenos pedaços de corpos e destroços encontrados no mar Mediterrâneo até agora.
A aeronave e as caixas-pretas com os registros de voo, que podem explicar o que derrubou o voo de Paris para o Cairo quando este entrava no espaço aéreo egípcio, ainda não foram localizadas.
Um agente forense egípcio disse que 23 sacos com partes de corpos foram recolhidos desde domingo e que as maiores delas não ultrapassam o tamanho da palma de uma mão. O agente, que falou sob condição de anonimato, disse que essas dimensões levam a crer que houve uma explosão, embora não se tenham detectado vestígios de explosivos.
Mas Hisham Abdelhamid, chefe da autoridade forense do Egito, disse que a avaliação não representa mais do que "mera suposição" e que é cedo demais para se tirar conclusões.
Ao menos duas outras fontes com conhecimento direto da investigação confirmaram ser prematuro afirmar o que causou o mergulho do voo 804 da EgyptAir no mar.
"Tudo o que sabemos é que ele desapareceu subitamente sem emitir um pedido de socorro", disse uma delas, acrescentando que só através da análise das caixas-pretas ou com uma grande quantidade de destroços as autoridades podem começar a formar uma imagem mais clara do que pode ter dado errado.
Investigadores franceses disseram que a aeronave enviou alertas indicando a detecção de fumaça a bordo, assim como outras possíveis falhas de computador, pouco antes de desaparecer.
Os sinais não indicavam o que causou a fumaça, e especialistas em aviação não descartaram sabotagem deliberada ou falha técnica.
Os investigadores contam com resquícios, malas e roupas, além de testes químicos, para detectar indícios de uma explosão, de acordo com pessoas envolvidas em dois inquéritos anteriores a respeito de detonações propositais.
Dezoito lotes de destroços também foram recuperados, disse o comitê de investigação egípcio, com ajuda de aviões da França e da Grécia.
(*Reportagem adicional de Haitham Ahmed, Ahmed Tolba e Ahmed Aboulenein, no Cairo; Lefteris Papadimas, em Atenas; Tim Hepher, em Paris; e Idrees Ali, em Washington.)
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