Ataques na capital da Turquia deixam 4 mortos; não há militantes envolvidos
O presidente
da Turquia, Tayyip Erdogan, disse nesta sexta-feira que a Europa
deveria analisar seu próprio histórico com os imigrantes antes de dizer a
seu país o que fazer, e acusou o continente de "'dançar em um campo
minado" por apoiar grupos terroristas.
Nos
comentários beligerantes que fez enquanto o primeiro-ministro turco,
Ahmet Davutoglu, se reúne com líderes da União Europeia em Bruxelas,
Erdogan disse ainda que a Turquia só vai ouvir críticas externas a seu
histórico de direitos humanos quando isso for justificado.
"Em um
momento no qual a Turquia está abrigando três milhões (de imigrantes),
aqueles que são incapazes de encontrar espaço para alguns poucos
refugiados, que no meio da Europa mantêm estes inocentes em condições
vergonhosas, precisam olhar para si mesmos primeiro", afirmou Erdogan em
um discurso transmitido pela televisão.
Ele acusou
alguns países de apoiar o terrorismo direta ou indiretamente, uma
aparente referência ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na
sigla em curdo), que há três décadas comanda uma insurgência no sudeste
turco. Uma dissidência do PKK assumiu a responsabilidade por dois
atentados suicidas com bomba que mataram 66 pessoas na capital Ancara no
último mês.
Líderes
europeus expressaram preocupação com a perda de vidas de civis no
sudeste em meio às operações militares da Turquia para eliminar o PKK,
exortando o país a usar a força de maneira proporcional.
"Nossa luta
contra o terrorismo é calculada e legítima... cada organização
terrorista ativa em nossa região e na Turquia se uniu contra a Turquia.
Muitos Estados, principalmente países ocidentais, ainda não conseguem
adotar uma postura baseada em princípios contra estes grupos", disse.
Ataques na capital da Turquia deixam 4 mortos; não há militantes envolvidos
Quatro (4)
pessoas foram mortas em dois tiroteios separados nesta sexta-feira na
capital da Turquia, Ancara, cidade que está sobressaltada desde os
atentados suicidas do final de semana passado, mas nenhum militante se
envolveu nos incidentes, disseram jornais locais e uma autoridade.
Um policial
atirou em uma colega de corporação no bairro de Dikmen, próximo de
edifícios militares e governamentais, relatou o diário Hurriyet, sem dar
detalhes. Uma autoridade confirmou que uma pessoa foi alvejada pela
polícia, mas disse que "com certeza" não foi um ataque envolvendo
militantes.
Em outro incidente, um homem disparou contra o irmão e a cunhada e depois contra si mesmo, disse o Hurriyet.
Ancara vive
sob tensão desde que um grupo filiado ao Partido dos Trabalhadores do
Curdistão (PKK, na sigla em curdo), que há três décadas comanda uma
insurgência no sudeste turco, matou 37 pessoas no domingo por meio de um
ataque suicida com carro-bomba em um movimentado terminal de ônibus no
centro.
As missões
diplomáticas aconselharam seus funcionários e cidadãos a evitarem o
transporte público e grandes aglomerações, especialmente em 21 de março e
nos dias próximos, quando os curdos comemoram seu festival de ano novo.
Em anos anteriores a data foi marcada por confrontos violentos entre manifestantes pró-curdos e forças de segurança.
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