São 200 mil pessoas que enfrentam cerco na cidade de Deir-Ez-Zor e precisam com urgência de assistência; comboio humanitário segue para Madaya e Zabadani
Agências humanitárias da ONU expressaram nesta segunda-feira (18) preocupação com cerca de 200 mil pessoas enfrentando piora nas condições de vida em Deir-Ez-Zor. O cerco à cidade da Síria impede a entrega de assistência, em especial de comida e medicamentos. Já foram relatados casos de desnutrição severa e de mortes devido à fome.
O governo estaria fornecendo estoques de pão em Deir-Ez-Zor, mas a quantidade é limitada devido à falta de acesso comercial à área. Esse será o primeiro comboio do mês para a cidade, enquanto um terceiro comboio humanitário está sendo preparado para Madaya, Foah e Kafraya.
Deir-Ez-Zor é a cidade que foi alvo de uma ofensiva do Estado Islâmico no final de semana. Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, um massacre na cidade deixou 300 mortos, e 400 pessoas teriam sido sequestradas pelos radicais. A ONG teme que o EI execute civis e converta as mulheres em escravas sexuais, como já fez no passado. A cidade é palco de confrontos entre o EI e forças leais ao presidente Bashar al-Assad.
O porta-voz do secretário-geral, Farhan Haq, informou que já foi aprovado o transporte aéreo de assistência essencial a região, numa operação de emergência que deverá ser feita por agências da ONU.
Mas confrontos no entorno do aeroporto militar estão impedindo a operação. Por outro lado, agências da ONU e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho Árabe estão a caminho de entregar comida e medicamentos para Zabadani.
Risco
Nesta segunda-feira, o subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários divulgou uma carta aberta à sociedade civil síria. Stephen O'Brien afirmou estar "bravo e frustrado com a situação em cidades do país que estão sob cerco" e com o peso que isso tem na vida de crianças e adultos.O'Brien destacou que os trabalhadores humanitários estão se esforçando para levar assistência à população, sendo que 80 já foram mortos em serviço e muitos outros continuam desaparecidos.
Apesar disso, o chefe humanitário da ONU garantiu que as equipes vão continuar sua missão. O'Brien afirmou que apoia qualquer iniciativa que possa levar ao fim da violência na Síria e ajudar a organização e parceiros a ajudar os que precisam.
Ele garantiu que as Nações Unidas não são próximas de nenhum lado em conflito, nem estão agindo de maneira a encorajar o uso do cerco como tática. Segundo O'Brien, a missão é agir de forma imparcial, neutra e independente, contactando todos os lados para negociar acesso aos mais vulneráveis.
Mais de 100 mil sírios em Madaya, Biqin, Foah, Kafraya e Al Waer receberam recentemente assistência, incluindo alimentos e remédios. (Com Rádio ONU e Efe)
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