O governo sírio e as Forças Democráticas Sírias (FDS) lideradas por curdos mantêm negociações em uma base aérea russa na Síria, disse um político curdo sírio à Reuters no domingo, expressando esperança em um acordo que interrompa um ataque turco.
Ahmed Suleiman, um membro sênior do Partido Progressista Democrático Curdo na Síria, afirmou que as conversas estão sendo realizadas na base aérea russa de Hmeimim, em Latakia. Ele não disse se ele ou seu partido - que é independente das FDS - teve algum papel nas negociações.
Questionado sobre as declarações de Suleiman, o chefe do escritório de mídia das FDS, Mustafa Bali, disse: “sem comentários”. “Confirmamos desde o início da invasão (turca) que estudaremos todas as opções que podem poupar a limpeza étnica de nosso povo”, declarou. Autoridades do governo sírio não puderam ser contatadas imediatamente para comentar. Suleiman disse que espera um acordo entre os lados que “interrompa a guerra em curso e especialmente suas consequências catastróficas e perigosas”.
Ele contou ainda que as negociações poderiam ser transferidas para Damasco, de onde ele estava falando à Reuters via WhatsApp. “Estamos agora em Damasco, é o que posso dizer no momento. Esperamos que seja alcançado um acordo que interrompa a guerra e suas consequências perigosas e catastróficas para os cidadãos a leste do Eufrates”.
Seu partido, um dos mais antigos grupos curdos da Síria, não está envolvido na administração autônoma criada pelas FDS e outros grupos curdos, como o partido da PYD no norte da Síria. A Rússia é o aliado mais poderoso do presidente sírio, Bashar al-Assad. Forças turcas apoiadas por grupos rebeldes sírios lançaram uma ofensiva na quarta-feira em áreas do norte da Síria controladas pelas Forças Democráticas da Síria. Ancara diz que tem como alvo as forças curdas ligadas a uma insurgência em seu território.
O ataque turco começou depois que as forças norte-americanas que apoiaram as FDS se retiraram de parte da fronteira entre a Síria e a Turquia. As FDS, um grande aliado dos Estados Unidos contra o Estado Islâmico, chamou o ato de uma facada nas costas.
No início do domingo, o secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper, disse que os Estados Unidos estavam prontos para retirar cerca de 1.000 soldados norte-americanos do norte da Síria, depois de saber que a Turquia planejava estender sua incursão mais ao sul e oeste do que o planejado originalmente.
Outra consideração na decisão, segundo indicou o secretário de Defesa Esper, foi que as Forças Democráticas da Síria estavam tentando fazer um acordo com a Rússia para combater a ofensiva turca.
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