Trump diz que China está deslocando tropas para fronteira com Hong Kong



Presidente dos EUA afirma que recebeu informe sobre movimentos de militares, e mídia chinesa divulga imagens de blindados na divisa. Manifestantes e policiais entram em confronto em novo dia de protestos pró-democracia.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (13/08) que recebeu informações de inteligência que apontam que o governo da China está movimentando tropas para a fronteira com Hong Kong, aumentando o temor de uma possível intervenção chinesa para conter as manifestações no território.
Há quatro meses a ex-colônia britânica vem sendo palco de protestos pró-democracia que vêm desafiando o regime de Pequim.
"Nossa inteligência nos informou que o governo chinês está movendo tropas para a fronteira com Hong Kong. Todos devem permanecer calmos e a salvo!", escreveu Trump no Twitter.
 
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O presidente americano também retuitou um vídeo que mostra dezenas de caminhões militares em uma via pública. A descrição aponta que a movimentação foi registrada em Shenzhen, cidade chinesa na divisa com Hong Kong, que ainda mantém status administrativo e econômico separado da China. No mesmo dia, veículos da imprensa estatal chinesa divulgaram vídeos que mostram formações de blindados se deslocando para Shenzhen.

Os veículos trazem identificações da Polícia Armada Popular, uma força policial chinesa com organização militar que é empregada para conter revoltas e protestos. Nos últimos dias, Pequim tem demonstrado impaciência com os manifestantes.

Na segunda-feira, o governo chinês afirmou que está vendo "sinais incipientes de terrorismo" nas manifestações. No início do mês, o Exército chinês também divulgou um vídeo que mostra um exercício militar em que soldados agiam para conter uma manifestação encenada, no que foi encarado como um recado para os participantes dos protestos em Hong Kong.
Nesta terça-feira, manifestantes voltaram a ocupar o aeroporto de Hong Kong, provocando o atraso de voos e a suspensão das operações de check-in de passageiros. Foi o quinto dia consecutivo de mobilizações no aeroporto, o oitavo mais movimentado do mundo.
Houve confronto entre manifestantes e policiais da tropa de choque. Agentes usaram spray de pimenta para dispersar as centenas de manifestantes que ocuparam os terminais.  Na segunda-feira, um protesto no local já havia provocado o cancelamento de centenas de voos.
Em meio ao novo dia de protestos, a chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, fez novas advertências aos manifestantes. "A violência, seja seu uso ou sua justificação, levará Hong Kong por um caminho sem retorno e afundará sua sociedade em uma situação muito preocupante e perigosa", disse Lam, que ocupa o cargo desde 2017 e vem sendo um dos principais alvos dos protestos, com milhares de manifestantes pedindo diariamente sua renúncia.

Manifestantes e polícia entram em confronto em aeroporto de Hong Kong; ONU pede moderação às autoridades


Manifestantes entraram em confronto com a polícia no aeroporto internacional de Hong Kong nesta terça-feira, após voos serem suspensos pelo segundo dia, criando uma confusão ainda maior na ex-colônia britânica.
O conflito teve início durante a noite entre a polícia e os manifestantes, depois que uma pessoa ferida foi tirada do terminal principal por médicos.
Vários veículos da polícia foram bloqueados por manifestantes, e a tropa de choque entrou em ação, empurrando alguns manifestantes de volta e usando spray de pimenta em meio ao conflito.
Os manifestantes também bloquearam algumas passagens no aeroporto usando carrinhos de bagagem e outros objetos.
A Autoridade Aeroportuária de Hong Kong disse que as operações no aeroporto foram “seriamente prejudicadas” e que os passageiros que partiam não conseguiram chegar aos balcões de imigração.
O mercado acionário de Hong Kong recuou para mínima de sete meses.
Dez semanas de protestos cada vez mais violentos abalaram o polo financeiro asiático, e milhares se ressentem do que veem como uma erosão das liberdades e da autonomia sob o controle chinês.
A Comissária de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, Michelle Bachelet, fez um apelo para que Hong Kong aja com moderação e investigue evidências de que suas forças lançaram gás lacrimogêneo contra os manifestantes de forma proibida pela lei internacional.
“Parem um minuto para olhar nossa cidade, nosso lar”, disse a líder do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, com voz embargada, em uma coletiva de imprensa no complexo da sede de governo, fortificado por barricadas de 1,8 metro de altura repletas de água.

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