Teerã diz que embarcação transportava combustível contrabandeado. Bandeira de navio não é divulgada. Esse é o terceiro cargueiro detido na região nas últimas duas semanas.
A Guarda Revolucionária do Irã anunciou neste domingo (04/08) que reteve um navio-tanque estrangeiro perto da ilha de Farsi, no Golfo Pérsico. A embarcação é suspeita de estar contrabandeando combustível.
Segundo a emissora de televisão estatal iraniana, sete integrantes da tripulação foram detidos. A apreensão ocorreu na quarta-feira. De acordo com um comunicado da corporação militar de elite iraniana, o navio, cuja bandeira não foi especificada, transportava 700 mil litros de combustível contrabandeado.
A nota acrescenta que, após receber a autorização judicial pertinente, foi efetuada a detenção "surpresa" da embarcação, que foi transferida ao porto iraniano de Bushehr, enquanto sua carga foi entregue à Companhia Nacional de Distribuição de Petróleo.
"Essa embarcação estrangeira recebeu combustíveis de outros navios e estava transportando a carga para países árabes do Golfo Pérsico", afirmou o general Ramazam Zirahi, um comandante da Guarda Revolucionária.
Em comunicado, a Guarda Revolucionária ressaltou ainda que "sempre está preparada para defender os interesses do Irã" e que não poupará esforços nesta missão.
O contrabando de combustível é uma das principais preocupações de Teerã. Segundo a imprensa local, no mês passado, cerca de 8 milhões de litros de combustível subsidiado pelo governo iraniano foram contrabandeado diariamente para outros países da região, onde os preços são bem mais elevados.
Este é o terceiro cargueiro estrangeiro detido pela Guarda Revolucionária nas últimas duas semanas e o segundo acusado de transportar combustível contrabandeado. Em 14 de julho, uma embarcação que transportava um milhão de litros de combustível foi detida no sul da ilha de Larak, também no Golfo Pérsico.
Esse navio tinha bandeira do Panamá e tinha pertencido a uma companhia dos Emirados Árabes Unidos, mas não ficou claro a que país e empresa está vinculado atualmente. Em 19 de julho, a Guarda Revolucionária capturou no Estreito de Ormuz o petroleiro de bandeira britânica Stena Impero por descumprir as normas de navegação, algo que Londres e a companhia barqueira negam.
O incidente ocorreu semanas depois de a marinha britânica ter interceptado em Gibraltar o petroleiro iraniano Grace 1, que segue retido, por suspeitas de transportar petróleo à Síria, país sujeito a sanções da União Europeia.
A captura do Stena Impero agravou a crise no golfo Pérsico e, em particular, no Estreito de Ormuz, para onde tanto os Estados Unidos como o Reino Unido propuseram enviar uma coalizão naval para escoltar as embarcações.
Em resposta, as autoridades iranianas advertiram que uma maior presença militar estrangeira aumentará a tensão na região, onde ocorrem desde maio ataques a petroleiros e navios-cisterna e destruições de drones.
Inúmeros incidentes foram registrados no Golfo Pérsico nos últimos meses, com os Estados Unidos e Irã se responsabilizando mutuamente. Na passada semana, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia acusou os EUA de procurarem um "pretexto" para conduzir o conflito na região. "Existe a impressão de que Washington procura simplesmente um pretexto para agravar a situação e prosseguir a retórica agressiva contra o Irã", destacou o ministério russo.
O Estreito de Ormuz possui uma considerável importância para a economia do planeta: pela rota marítima entre o Irã e Omã passa um terço do petróleo mundial transportado pelo mar.
Esse estreito representa, portanto, um elo importante entre os produtores de petróleo da região – Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Iraque – e os mercados na Ásia, Europa e América do Norte.
A crise com o Irã começou após o presidente Donald Trump ter retirado os Estados Unidos do acordo nuclear assinado em 2015 pelos dois países com a participação ainda da Rússia, da China, do Reino Unido, da França e da Alemanha.
Desde que deixaram o acordo com o Irã, os Estados Unidos voltaram a impor sobre a economia iraniana todas as sanções que tinham sido suspensas após o pacto, incluídas medidas sobre o setor petrolífero. Teerã concordou em permanecer no acordo com a condição de que os outros signatários apoiassem seu desejo de ter acesso aos mercados internacionais.
O governo islâmico, no entanto, começou a reduzir seus compromissos depois de um ano, ao constatar que não compensava seguir no acordo por causa da pressão americana.
Irã diz que não vai tolerar "agressões marítimas" no Golfo Pérsico¹
Segundo a emissora de televisão estatal iraniana, sete integrantes da tripulação foram detidos. A apreensão ocorreu na quarta-feira. De acordo com um comunicado da corporação militar de elite iraniana, o navio, cuja bandeira não foi especificada, transportava 700 mil litros de combustível contrabandeado.
A nota acrescenta que, após receber a autorização judicial pertinente, foi efetuada a detenção "surpresa" da embarcação, que foi transferida ao porto iraniano de Bushehr, enquanto sua carga foi entregue à Companhia Nacional de Distribuição de Petróleo.
"Essa embarcação estrangeira recebeu combustíveis de outros navios e estava transportando a carga para países árabes do Golfo Pérsico", afirmou o general Ramazam Zirahi, um comandante da Guarda Revolucionária.
Em comunicado, a Guarda Revolucionária ressaltou ainda que "sempre está preparada para defender os interesses do Irã" e que não poupará esforços nesta missão.
O contrabando de combustível é uma das principais preocupações de Teerã. Segundo a imprensa local, no mês passado, cerca de 8 milhões de litros de combustível subsidiado pelo governo iraniano foram contrabandeado diariamente para outros países da região, onde os preços são bem mais elevados.
Este é o terceiro cargueiro estrangeiro detido pela Guarda Revolucionária nas últimas duas semanas e o segundo acusado de transportar combustível contrabandeado. Em 14 de julho, uma embarcação que transportava um milhão de litros de combustível foi detida no sul da ilha de Larak, também no Golfo Pérsico.
Esse navio tinha bandeira do Panamá e tinha pertencido a uma companhia dos Emirados Árabes Unidos, mas não ficou claro a que país e empresa está vinculado atualmente. Em 19 de julho, a Guarda Revolucionária capturou no Estreito de Ormuz o petroleiro de bandeira britânica Stena Impero por descumprir as normas de navegação, algo que Londres e a companhia barqueira negam.
O incidente ocorreu semanas depois de a marinha britânica ter interceptado em Gibraltar o petroleiro iraniano Grace 1, que segue retido, por suspeitas de transportar petróleo à Síria, país sujeito a sanções da União Europeia.
A captura do Stena Impero agravou a crise no golfo Pérsico e, em particular, no Estreito de Ormuz, para onde tanto os Estados Unidos como o Reino Unido propuseram enviar uma coalizão naval para escoltar as embarcações.
Em resposta, as autoridades iranianas advertiram que uma maior presença militar estrangeira aumentará a tensão na região, onde ocorrem desde maio ataques a petroleiros e navios-cisterna e destruições de drones.
Inúmeros incidentes foram registrados no Golfo Pérsico nos últimos meses, com os Estados Unidos e Irã se responsabilizando mutuamente. Na passada semana, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia acusou os EUA de procurarem um "pretexto" para conduzir o conflito na região. "Existe a impressão de que Washington procura simplesmente um pretexto para agravar a situação e prosseguir a retórica agressiva contra o Irã", destacou o ministério russo.
O Estreito de Ormuz possui uma considerável importância para a economia do planeta: pela rota marítima entre o Irã e Omã passa um terço do petróleo mundial transportado pelo mar.
Esse estreito representa, portanto, um elo importante entre os produtores de petróleo da região – Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Iraque – e os mercados na Ásia, Europa e América do Norte.
A crise com o Irã começou após o presidente Donald Trump ter retirado os Estados Unidos do acordo nuclear assinado em 2015 pelos dois países com a participação ainda da Rússia, da China, do Reino Unido, da França e da Alemanha.
Desde que deixaram o acordo com o Irã, os Estados Unidos voltaram a impor sobre a economia iraniana todas as sanções que tinham sido suspensas após o pacto, incluídas medidas sobre o setor petrolífero. Teerã concordou em permanecer no acordo com a condição de que os outros signatários apoiassem seu desejo de ter acesso aos mercados internacionais.
O governo islâmico, no entanto, começou a reduzir seus compromissos depois de um ano, ao constatar que não compensava seguir no acordo por causa da pressão americana.
Irã diz que não vai tolerar "agressões marítimas" no Golfo Pérsico¹
O Irã não fará mais vista grossa a “agressões marítimas” no Golfo Pérsico, disse o ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, nesta segunda-feira, um dia depois de apreender um navio-petroleiro do Iraque na região que acusou de contrabandear combustível.
A Guarda Revolucionária do Irã deteve o petroleiro e seus sete tripulantes perto da ilha iraniana de Farsi, ao norte do Estreito de Ormuz, noticiou a mídia estatal, em uma demonstração de poder em meio ao acirramento da tensão com o Ocidente que o chanceler atribui a autoridades dos Estados Unidos. “O Irã costumava ignorar agressões marítimas no... Golfo Pérsico, mas nunca mais fechará os olhos”, disse Zarif em uma coletiva de imprensa.
Ele criticou as sanções que os EUA lhe impuseram na quarta-feira, dizendo que Washington fechou a porta para a diplomacia por causa do acordo nuclear iraniano de 2015, do qual o presidente Donald Trump tirou seu país no ano passado. “Punir um ministro das Relações Exteriores significa fracasso nas conversas”, disse Zarif.
Se outros países atenderem os clamores dos EUA para que parem de comprar petróleo iraniano, Teerã ameaça impedir todas as exportações através do estreito, pelo qual um quinto do tráfego petrolífero circula. Zarif disse que as potências europeias ainda filiadas ao acordo deveriam acelerar os esforços para salvá-lo, mas que o Irã o abandonará se for necessário.
O tráfego de navios-petroleiros por Ormuz e outras rotas marítimas estratégicas se tornou o foco de um impasse entre Washington e Teerã ao qual o Reino Unido também foi arrastado.
Atiçando os temores de uma guerra no Oriente Médio com repercussões globais, a Guarda Revolucionária apreendeu o navio-tanque britânico Stena Impero perto do Estreito de Ormuz alegando violações marítimas em julho, uma quinzena depois de forças britânicas capturarem um navio-petroleiro iraniano perto de Gibraltar acusado de violar sanções impostas à Síria. Zarif classificou o confisco britânico de “pirataria” e disse que a segurança do Golfo Pérsico é responsabilidade do Irã.
“O governo britânico é cúmplice do terrorismo econômico dos EUA contra o Irã”, afirmou. Em junho, o Irã abateu um drone dos EUA perto do estreito, desencadeando preparativos para um ataque aéreo retaliatório que Trump cancelou no último minuto.
A Guarda Revolucionária do Irã deteve o petroleiro e seus sete tripulantes perto da ilha iraniana de Farsi, ao norte do Estreito de Ormuz, noticiou a mídia estatal, em uma demonstração de poder em meio ao acirramento da tensão com o Ocidente que o chanceler atribui a autoridades dos Estados Unidos. “O Irã costumava ignorar agressões marítimas no... Golfo Pérsico, mas nunca mais fechará os olhos”, disse Zarif em uma coletiva de imprensa.
Ele criticou as sanções que os EUA lhe impuseram na quarta-feira, dizendo que Washington fechou a porta para a diplomacia por causa do acordo nuclear iraniano de 2015, do qual o presidente Donald Trump tirou seu país no ano passado. “Punir um ministro das Relações Exteriores significa fracasso nas conversas”, disse Zarif.
Se outros países atenderem os clamores dos EUA para que parem de comprar petróleo iraniano, Teerã ameaça impedir todas as exportações através do estreito, pelo qual um quinto do tráfego petrolífero circula. Zarif disse que as potências europeias ainda filiadas ao acordo deveriam acelerar os esforços para salvá-lo, mas que o Irã o abandonará se for necessário.
O tráfego de navios-petroleiros por Ormuz e outras rotas marítimas estratégicas se tornou o foco de um impasse entre Washington e Teerã ao qual o Reino Unido também foi arrastado.
Atiçando os temores de uma guerra no Oriente Médio com repercussões globais, a Guarda Revolucionária apreendeu o navio-tanque britânico Stena Impero perto do Estreito de Ormuz alegando violações marítimas em julho, uma quinzena depois de forças britânicas capturarem um navio-petroleiro iraniano perto de Gibraltar acusado de violar sanções impostas à Síria. Zarif classificou o confisco britânico de “pirataria” e disse que a segurança do Golfo Pérsico é responsabilidade do Irã.
“O governo britânico é cúmplice do terrorismo econômico dos EUA contra o Irã”, afirmou. Em junho, o Irã abateu um drone dos EUA perto do estreito, desencadeando preparativos para um ataque aéreo retaliatório que Trump cancelou no último minuto.
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