O Irã convocou neste sábado o embaixador britânico em Teerã após a Grã-Bretanha culpar o país por ataques a navios petroleiros no Golfo de Omã, informou a agência de notícias Isna.
“Durante a reunião com o ministro do Exterior do Irã, o país criticou duramente a inaceitável postura da Grã-Bretanha em relação aos ataques no Golfo de Omã. Nenhum outro país além da Grã-Bretanha apoiou as acusações dos EUA sobre os ataques”, informou a Isna.
O secretário de Relações Exteriores britânico, Jeremy Hunt, divulgou um comunicado na sexta-feira culpando o Irã e seu Corpo dos Guardas da Revolução Islâmica pelos ataques, dizendo que nenhum outro Estado ou agente não estatal poderia ter sido responsável.
O Irã negou qualquer envolvimento nos ataques.
Houve patrocínio estatal em ataques a petroleiros, diz ministro dos Emirados Árabes
O ministro de Relações Exteriores dos Emirados Árabes, Abdullah Bin Zayed al Nahyan, afirmou neste sábado que houve um “patrocínio estatal” envolvido nos ataques de 12 de maio a navios petroleiros no Golfo, mas não citou nenhum nome em particular.
Ele não mencionou ataques em outros dois petroleiros esta semana, na mesma área. Os Estados Unidos disseram que o Irã esteve envolvido nos incidentes de maio e junho - acusações descartadas por Teerã.
“Nossa conclusão é que isso só foi possível por meio de um ataque com patrocínio estatal”, disse Al Nahyan a repórteres, depois de encontrar com seu correspondente do Chipre, em Nicosia, referindo-se ao ataque de maio.
“Não nomeamos nenhum país, mas esperamos trabalhar com nossos amigos e parceiros para impedir que esses agravamentos sigam em frente”, acrescentou.
Neste sábado, a conta de Twitter da Arabiya TV creditou a Al Nahyan a declaração de que as impressões digitais do Irã estavam claras nos ataques de 12 de maio. O tuíte depois desapareceu do Twitter e a Arabiya TV não estava imediatamente disponível para um comentário sobre o motivo.
Os ataques de 12 de maio tiveram como alvo dois navios petroleiros sauditas, um barco dos Emirados e um petroleiro norueguês, sem causar fatalidades, mas alimentou tensões entre Estados Unidos e Irã em meio à retórica cada vez mais duras.
Irã diz que ultrapassará limite permitido para urânio enriquecido em 10 dias
O Irã informou nesta segunda-feira que violará limites combinados internacionalmente para o estoque de urânio de baixo enriquecimento do país em 10 dias, uma medida que deve agravar as tensões já elevadas com os Estados Unidos, mas acrescentou que nações europeias ainda têm tempo de salvar um acordo nuclear histórico.
As tensões entre Estados Unidos e Irã estão se deteriorando desde as acusações do governo do presidente Donald Trump de que forças iranianas atacaram dois navios-tanques no Golfo de Omã, uma rota vital de transporte de petróleo, na quinta-feira. O Irã nega a alegação.
“Quadruplicamos o índice de enriquecimento e até o aumentamos mais recentemente, de forma que em 10 dias ele ultrapassará o limite de 300kg”, informou o porta-voz da Organização de Energia Atômica do Irã, Behrouz Kamalvandi, na televisão estatal.
Kamalvandi acrescentou: “Ainda há tempo para os europeus... mas os europeus expressaram indiretamente sua incapacidade de agir. Eles não deveriam pensar que depois de 60 dias (prazo estabelecido pelo Irã em maio) terão outra oportunidade de 60 dias”.
França, Reino Unido e Alemanha, os signatários da Europa Ocidental, defenderam o acordo nuclear por vê-lo como a melhor maneira de limitar o enriquecimento de urânio iraniano.
O Irã criticou diversas vezes os atrasos na criação de um mecanismo europeu que blindaria o comércio com o país das sanções dos EUA na tentativa de salvar o pacto nuclear.
Os EUA e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) acreditam que o Irã tinha um programa de armas nucleares que abandonou, mas Teerã nega tê-lo tido algum dia.
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