Tambores de Guerra - Irã derrotará aliança entre EUA e Israel, diz ministro da Defesa




O Irã derrotará a aliança entre os Estados Unidos e Israel, disse o ministro da Defesa iraniano, Amir Hatami, nesta quarta-feira, segundo a Agência de Notícias da República Islâmica (Irna). “Derrotaremos a frente americana-sionista”, afirmou.

“O Irã tem o nível mais elevado de prontidão militar e de defesa para confrontar qualquer tipo de ameaça e de exigências excessivas”. Os EUA enviaram forças militares adicionais ao Oriente Médio, incluindo um porta-aviões, bombardeiros B-52 e mísseis Patriot — uma demonstração de força contra o que autoridades norte-americanas dizem ser ameaças iranianas às suas tropas e seus interesses na região.

Separadamente nesta quarta-feira, uma autoridade iraniana de alto escalão disse à Reuters que Teerã está pronta para todos os cenários, do “confronto à diplomacia”, mas que os EUA não podem se dar o luxo de mais uma guerra no Oriente Médio.

Washington ordenou a saída de funcionários governamentais não emergenciais do Iraque nesta quarta-feira, depois de expressar diversas vezes sua preocupação com o suposto perigo representado por forças apoiadas pelo Irã. Israel ficará ao lado dos EUA na confrontação com o Irã, disse o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na terça-feira.

“Estamos unidos em nosso desejo de deter a agressão iraniana”, disse. “Israel e todos os outros países da região e todos os países que buscam a paz no mundo deveriam estar ao lado dos EUA contra a agressão iraniana”.

Irã suspende parcialmente compromissos de acordo nuclear

O Irã interrompeu oficialmente o cumprimento de alguns compromissos do acordo nuclear de 2015 com potências mundiais após determinação seu conselho de segurança nacional iraniano, disse uma autoridade da agência de energia atômica do país à agência de notícias Isna, nesta quarta-feira.

O Irã notificou na semana passada os governos de Reino Unido, China, França, Alemanha e Rússia de sua decisão de suspender parte dos compromissos do acordo nuclear um ano depois de os Estados Unidos se retirarem unilateralmente do pacto e reativarem sanções contra a República Islâmica.

Conforme o acordo, Teerã tinha permissão de produzir urânio enriquecido até o limite de 300 quilos e de produzir água pesada até o limite de cerca de 130 toneladas. O Irã poderia enviar o excedente para armazenamento ou venda fora do país.

A autoridade disse que, a partir de agora, o Irã não terá limite para a produção de urânio enriquecido e água pesada. As ações iniciais do Irã ainda não parecem violar o acordo nuclear, mas o país alertou que, a menos que as potências mundiais protejam sua economia das sanções dos EUA dentro de 60 dias, começará a enriquecer urânio em nível mais alto. A União Europeia e os ministros das Relações Exteriores de Alemanha, França e Reino Unido disseram que ainda estão comprometidos com o acordo, mas que não aceitarão ultimatos de Teerã.

O acordo também limita a 3,67% o nível de pureza em que o Irã enriquece urânio, muito menos do que os 90% necessários para armas e bem inferior aos 20% praticados pelos iranianos antes do acordo.

Na terça-feira, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse que Teerã não quer guerra com os EUA, apesar das tensões crescentes entre os dois arqui-inimigos decorrentes do desenvolvimento nuclear iraniano e de seu programa de mísseis. Khamenei também disse que sua nação não negociará outro acordo nuclear com Washington.

EUA ordenam que funcionários do governo se retirem do Iraque

Os Estados Unidos ordenaram que funcionários não emergenciais do governo se retirassem do Iraque nesta quarta-feira, após repetidas manifestações de preocupação de Washington sobre ameaças feitas por forças apoiadas pelo Irã.
O Departamento de Estados norte-americano pediu que os funcionários fossem retirados da embaixada norte-americana em Bagdá e do consulado em Erbil, informou a embaixada em um comunicado.
“Os serviços regulares de visto em ambos os postos serão temporariamente suspensos”, afirmou o comunicado, que recomendou que a saída ocorresse o mais rápido possível. O número de funcionários impactados não estava claro.
Na terça-feira, as Forças Armadas dos EUA reafirmaram suas preocupações sobre possíveis ameaças iminentes feitas pelo Irã para as tropas norte-americanas no Iraque, embora um comandante sênior britânico tenha levantado dúvidas sobre o episódio e Teerã tenha chamado o ocorrido de “guerra psicológica”.
O governo do presidente dos EUA, Donald Trump, aumentou a pressão sobre o Irã ao acabar com a isenção de sanções para alguns países comprarem petróleo iraniano, como parte dos esforços para minar o poder regional crescente da República Islâmica.
O primeiro-ministro iraquiano, Adel Abdul Mahdi, disse na terça-feira que, a partir de conversas com os Estados Unidos e o Irã, estava recebendo indícios de que “as coisas terminariam bem”, apesar da retórica.
Washington enviou forças militares para o Oriente Médio, incluindo um porta-aviões, bombardeiros B-52 e mísseis Patriot, em uma demonstração de forças contra o que autoridades norte-americanas julgaram ser uma ameaça a suas tropas e seus interesses na região.
Um comandante sênior das Guardas Revolucionárias do Irã disse que o Teerã faria retaliações quaisquer movimentos agressivos dos Estados Unidos.
Um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA disse que a decisão de retirar funcionários não emergenciais foi baseada em uma avaliação de segurança, mas não deu detalhes sobre quantas pessoas seriam impactadas pela medida.
“Garantir a segurança das equipes do governo dos EUA e dos cidadãos é nossa maior prioridade e estamos confiantes em relação (à capacidade) dos serviços de segurança do Iraque para nos proteger”, disse.
“Mas essa ameaça é séria e queremos reduzir o risco de danos”.

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