A onda de violência do fim de semana na Faixa de Gaza e no sul de Israel foi interrompida durante a madrugada desta segunda-feira, com autoridades palestinas relatando que o Egito havia mediado um cessar-fogo para interromper os piores confrontos na região em meses.
Os ataques mais recentes começaram há três dias, atingindo seu ápice no domingo, quando foguetes e mísseis de Gaza mataram quatro civis em Israel. Ataques israelenses mataram 21 palestinos, sendo mais da metade civis, durante o fim de semana.
Duas autoridades palestinas e uma emissora de TV do Hamas, grupo islâmico que comanda Gaza, informaram que uma trégua fora alcançada às 4h30 da madrugada (horário local), aparentemente impedindo que a violência se ampliasse para um conflito que nenhum dos lados parecia interessado em ingressar.
Israel não confirmou formalmente o estabelecimento de uma trégua na Faixa de Gaza com o Hamas e seus aliados da Jihad Islâmica, militantes que os israelenses, assim como boa parte do Ocidente, designam como terroristas.
Autoridades do governo do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, falaram em termos gerais sobre um retorno recíproco ao silêncio, dentre elas uma sugeriu que o Irã — rival da Israel e um dos maiores fundadores da Jihad Islâmica— era responsável pela escalada em Gaza.
Sob sanções renovadas dos Estados Unidos e ataques israelenses contra ativos militares na Síria, o Irã pode ter visto a violência palestina como uma forma de dizer a Israel que “nós retornaremos a vocês através da Jihad (Islâmica) e de Gaza”, disse o ministro da Energia de Israel, Yuval Steinitz, à estação de rádio israelense 90 FM.
O Exército israelense afirmou que mais de 600 mísseis, muitos deles interceptados, foram disparados contra cidades e vilas no sul de Israel desde sexta-feira e que atacou mais de 320 alvos de grupos militantes em Gaza.
A violência diminuiu exatamente antes do mês sagrado muçulmano do Ramadã —uma época tradicionalmente de rezas, banquetes familiares para quebrar o jejum do dia e compras—, que começa no território nesta segunda-feira.
Sirenes no sul de Israel, que soaram continuamente durante o fim de semana, não foram ouvidas nesta segunda-feira e não houve relatos de novos ataques aéreos em Gaza.
Frágil trégua em Gaza¹
Lideranças palestinas em Gaza e Israel acertaram nesta segunda-feira (06/05) um cessar-fogo, negociado pelo Egito, depois da escalada de violência entre o Exército israelense e grupos armados do enclave palestino ter deixado 25 mortos em dois dias.
O cessar-fogo entrou em vigor na madrugada (noite de domingo em Brasília), segundo representantes do movimento islâmico Hamas, que governa a Faixa de Gaza, e do grupo extremista palestino Jihad Islâmica. Um funcionário do governo egípcio também confirmou a informação sob anonimato.
Israel não confirmou o cessar-fogo, mas levantou as restrições à circulação de pessoas na região de fronteira com Gaza, incluindo a reabertura de escolas. Segundo os militares israelenses, a situação na região é de retorno à rotina.
Uma nova escalada de violência, com disparo de foguetes a partir de Gaza e bombardeios por Israel, causou desde sábado ao menos 25 mortos, sendo quatro deles civis israelenses e 21 palestinos. Destes, ao menos nove eram militantes de movimentos armados.
Médicos palestinos afirmaram que, entre os mortos, estão duas grávidas e duas crianças. O Exército israelense negou que a morte de uma das mulheres grávidas e de uma criança tenham sido provocada por seus disparos, afirmando que elas foram vítimas de um míssil palestino que errou o alvo.
Esta é considerada a maior escalada de violência na região desde a guerra de 2014. Desde 2007, quando o Hamas assumiu o poder em Gaza, Israel e militantes palestinos no enclave já entraram três vezes em guerra.
A nova onda de violência começou em seguida às violentas manifestações de sexta-feira passada ao longo da fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel. Quatro palestinos, incluindo dois militantes do Hamas, foram mortos depois de dois soldados israelenses terem sido feridos num ataque a tiros de um palestino, durante os protestos.
As manifestações de sexta-feira começaram em março de 2018 para reivindicar o regresso dos refugiados e o fim do bloqueio israelense à Faixa da Gaza.
srael afirmou que seus bombardeios foram uma resposta a cerca de 690 mísseis e morteiros disparados pelo Hamas e pela Jihad Islâmica desde sábado. Israel respondeu com cerca de 350 ataques a posições do Hamas, como túneis e depósitos de armas, segundo os militares israelenses.
srael afirmou que seus bombardeios foram uma resposta a cerca de 690 mísseis e morteiros disparados pelo Hamas e pela Jihad Islâmica desde sábado. Israel respondeu com cerca de 350 ataques a posições do Hamas, como túneis e depósitos de armas, segundo os militares israelenses.
Um dos mortos no lado palestino é Hamed Ahmed Abed Khudri, que segundo Israel era um comandante do Hamas responsável pela transferência de fundos do Irã para facções armadas em Gaza. Ele foi morto em uma ação que os militares israelenses descreveram como um ataque direcionado.
Diante da escalada do conflito, o governo dos EUA ficou do lado de Israel. "Estamos com Israel e apoiamos seu direito de autodefesa contra esses ataques vis", disse uma porta-voz do Departamento de Estado.
A União Europeia pediu o fim imediato dos ataques com foguetes da Faixa de Gaza, e as Nações Unidas apelaram a ambos os lados por contenção.
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