Os Estados Unidos se recusaram a assinar um acordo sobre os desafios do Ártico devido a discordâncias quanto ao palavreado sobre a mudança climática, disseram diplomatas nesta terça-feira, o que ameaça a cooperação na região polar, que é um exemplo extremo do aquecimento global.
As temperaturas estão aumentando duas vezes mais rápido no Ártico do que no resto do globo, e o degelo expõe reservas vastas de petróleo e gás à exploração comercial em potencial.
Um encontro de nações que fazem fronteira com o Ártico realizado em Rovaniemi, no norte da Finlândia, nesta terça-feira almeja elaborar uma agenda de dois anos para equilibrar os desafios da mudança climática e o desenvolvimento sustentável da riqueza mineral.
Mas o ministro das Relações Exteriores finlandês, Timo Soini, disse que a declaração conjunta está “descartada” e será substituída por um comunicado curto dos ministros que compareceram à conferência.
Uma fonte diplomática a par das conversas disse que os EUA recuaram da assinatura por discordarem do palavreado da declaração, que diz que a mudança climática é uma ameaça grave ao Ártico. Uma segunda fonte o confirmou.
Foi a primeira vez que uma declaração foi cancelada desde que o Conselho do Ártico foi formado em 1996. Não foi possível contatar a delegação norte-americana de imediato para obter comentários.
Falando ao conselho, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse que o governo do presidente Donald Trump “compartilha seu comprometimento profundo com a gestão ambiental” no Ártico, mas disse que metas coletivas nem sempre são a resposta.
“Elas se tornam sem sentido e até contraproducentes assim que uma nação deixa de cumpri-las”, disse.
O Conselho do Ártico é composto por EUA, Canadá, Rússia, Finlândia, Noruega, Dinamarca e Islândia. Os acordos entre os países não são obrigatórios.
Trump expressa seu ceticismo em relação ao aquecimento global como resultado da atividade humana com frequência, e manteve sua decisão de 2017 de retirar os EUA do acordo climático de Paris, assinado por quase 200 nações em 2015 – o que colocou em choque com ativistas e muitos outros países.
“Uma crise climática no Ártico não é um cenário futuro, está acontecendo enquanto falamos”, disse a chanceler sueca, Margot Wallstrom, ao se dirigir ao conselho.
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