Um navio de guerra dos EUA, equipado com mísseis guiados, navegou próximo a ilhas disputadas no Mar do Sul da China, no que os chineses chamaram de uma “provocação”, enquanto autoridades norte-americanas chegam a Pequim para negociações em meio a uma trégua na guerra comercial entre os dois países.
O destróier USS McCampbell fez uma operação de “liberdade de navegação”, transitando a 12 milhas náuticas das Ilhas Paracel, “para desafiar reivindicações marítimas excessivas”, disse Rachel McMarr, porta-voz para a Frota do Pacífico dos EUA, em um comunicado por email.
A operação não foi relativa a nenhum país específico ou para marcar qualquer instância política, acrescentou McMarr.
O comunicado foi enviado enquanto negociações comerciais entre China e Estados Unidos têm início em Pequim, numa primeira rodada de conversas frente à frente desde que os dois países concordaram com uma trégua de 90 dias numa guerra comercial que tem agitado os mercados internacionais.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lu Kang, disse que a conduta do navio dos EUA violou a lei chinesa e internacional, e que os chineses apresentaram “duras queixas”.
“Instamos os Estados Unidos a cessaram imediatamente esse tipo de provocação”, disse ele, acrescentando que a China enviou navios e aviões militares para identificar e alertar a embarcação para que se retire.
O Ministério da Defesa da China acrescentou que o navio havia “infringido gravemente a soberania chinesa”.
A China reivindica para si praticamente todas as estratégicas ilhas no Mar do Sul da China, e frequentemente critica os EUA e seus aliados por causa de operações navais próximas à região.
China diz ter "boa fé" para resolver disputas comerciais com EUA em meio a retomada de negociações
A China tem “boa fé” para trabalhar com os Estados Unidos para resolver as disputas comerciais, disse o Ministério da Relações Exteriores chinês nesta segunda-feira, no momento em que as duas maiores economias do mundo retomam as negociações em uma tentativa de encerrar a disputa comercial.
Autoridades dos EUA estão se reunindo com seus colegas chineses em Pequim nesta semana para as primeiras negociações presenciais desde que os presidentes Donald Trump e Xi Jinping concordaram com uma trégua de 90 dias em dezembro, em uma guerra comercial que vem abalando os mercados globais.
Trump disse no domingo que as negociações comerciais com a China estão indo muito bem e que a fraqueza na economia chinesa deu a Pequim uma razão para trabalhar em prol de um acordo.
Os dois lados concordaram em manter um diálogo “positivo e construtivo” para resolver suas disputas econômicas e comerciais, de acordo com consenso alcançado pelos líderes dos dois países, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lu Kang, a repórteres em uma entrevista coletiva.
“Desde o início, acreditamos que o atrito comercial entre os EUA e a China não é uma situação positiva para nenhum país ou para a economia mundial. A China tem boa fé, com base no respeito mútuo e na igualdade, para resolver os atritos comerciais bilaterais”, disse Lu.
Trump impôs tarifas de importação sobre centenas de bilhões de dólares de produtos chineses no ano passado e ameaçou pressionar mais Pequim a mudar suas práticas em questões que vão desde subsídios industriais até propriedade intelectual e invasões cibernéticas. A China retaliou com tarifas próprias.
“Em relação a se a economia chinesa é boa ou não, já expliquei isso. O desenvolvimento da China tem ampla tenacidade e grande potencial”, disse Lu. “Temos firme confiança nos fortes fundamentos de longo prazo da economia chinesa”.
Lu também disse que o vice-presidente Wang Qishan participará do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, no final de janeiro, mas acrescentou que ele ainda não ouviu falar de nenhum agendamento de uma reunião com Trump.
Até agora nesta segunda-feira, poucos detalhes haviam surgido sobre as negociações, que acontecerão até terça-feira.
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