Carta entregue ao Itamaraty diz que transferência da embaixada para Jerusalém poderia prejudicar relações do Brasil com países árabes, que representam valioso mercado para exportações brasileiras.
Manifestantes protestam em São Paulo contra o plano de Bolsonaro de transferir a embaixada de Tel Aviv para Jerusalém
A Liga Árabe alertou o presidente eleito Jair Bolsonaro que a transferência da embaixada do Brasil em Israel para Jerusalém poderia prejudicar as relações brasileiras com os países árabes, segundo conteúdo de uma carta confirmado por um diplomata na segunda-feira (10/12).
A carta a Bolsonaro, assinada pelo secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, foi entregue ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil, de acordo um diplomata árabe que pediu para não ser identificado, segundo relatos na imprensa brasileira.
Embaixadores de países árabes devem se reunir em Brasília para discutir o plano de Bolsonaro de seguir a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de transferir a embaixada de Tel Aviv para Jerusalém e, desta forma, reconhecer a cidade dividida entre israelenses e palestinos como a capital de Israel.
"Dar um passo como esse não apenas atingiria os interesses palestinos, mas também reduziria drasticamente as oportunidades de alcançar uma paz mais ampla", diz trecho da carta de Aboul Gheit. O secretário-geral da Liga Árabe pediu que Bolsonaro "considere o ponto de vista árabe como uma maneira de preservar a duradoura amizade".
A transferência da embaixada seria uma mudança brusca na política externa brasileira, que tradicionalmente apoia uma solução de dois Estados para o conflito entre israelenses e palestinos.
O anúncio da mudança da embaixada para Jerusalém foi elogiada como sendo "histórico" pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que planeja participar da posse presidencial de Bolsonaro, segundo a equipe de transição do governo. A Liga Árabe representa um valioso mercado para exportações brasileiras.
O Brasil registrou um superávit de 7,1 bilhões de dólares em transações com os 22 países do bloco árabe, enquanto computou, por exemplo, um déficit de 419 milhões de dólares em negociações com Israel. O Brasil é um dos maiores exportadores de carne halal do mundo – carne preparada conforme prescrito pela lei muçulmana.
O comércio destes produtos pode sofrer restrições caso Bolsonaro irrite os árabes com a efetiva transferência da embaixada e, consequentemente, prejudicar as exportações para os principais mercados do Oriente Médio dos produtores brasileiros de carne bovina e de aves.
Os exportadores de carne pressionaram Bolsonaro, que aparentava ter mudado de ideia. Mas o deputado eleito Eduardo Bolsonaro, filho do presidente eleito, disse que a mudança da embaixada "não é questão de se, mas de quando", em uma declaração depois de visitar recentemente o conselheiro e genro de Trump, Jared Kushner, na Casa Branca.
A carta a Bolsonaro, assinada pelo secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, foi entregue ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil, de acordo um diplomata árabe que pediu para não ser identificado, segundo relatos na imprensa brasileira.
Embaixadores de países árabes devem se reunir em Brasília para discutir o plano de Bolsonaro de seguir a decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de transferir a embaixada de Tel Aviv para Jerusalém e, desta forma, reconhecer a cidade dividida entre israelenses e palestinos como a capital de Israel.
"Dar um passo como esse não apenas atingiria os interesses palestinos, mas também reduziria drasticamente as oportunidades de alcançar uma paz mais ampla", diz trecho da carta de Aboul Gheit. O secretário-geral da Liga Árabe pediu que Bolsonaro "considere o ponto de vista árabe como uma maneira de preservar a duradoura amizade".
A transferência da embaixada seria uma mudança brusca na política externa brasileira, que tradicionalmente apoia uma solução de dois Estados para o conflito entre israelenses e palestinos.
O anúncio da mudança da embaixada para Jerusalém foi elogiada como sendo "histórico" pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que planeja participar da posse presidencial de Bolsonaro, segundo a equipe de transição do governo. A Liga Árabe representa um valioso mercado para exportações brasileiras.
O Brasil registrou um superávit de 7,1 bilhões de dólares em transações com os 22 países do bloco árabe, enquanto computou, por exemplo, um déficit de 419 milhões de dólares em negociações com Israel. O Brasil é um dos maiores exportadores de carne halal do mundo – carne preparada conforme prescrito pela lei muçulmana.
O comércio destes produtos pode sofrer restrições caso Bolsonaro irrite os árabes com a efetiva transferência da embaixada e, consequentemente, prejudicar as exportações para os principais mercados do Oriente Médio dos produtores brasileiros de carne bovina e de aves.
Os exportadores de carne pressionaram Bolsonaro, que aparentava ter mudado de ideia. Mas o deputado eleito Eduardo Bolsonaro, filho do presidente eleito, disse que a mudança da embaixada "não é questão de se, mas de quando", em uma declaração depois de visitar recentemente o conselheiro e genro de Trump, Jared Kushner, na Casa Branca.
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