Woloszyn - O Brasil dos Talibãs: a radicalização digital
Nos últimos anos, o país vem sofrendo um processo acelerado de radicalização digital por meio das redes sociais que em sentido mais amplo pode ser classificado como censura, uma vez que tolhe a liberdade de expressão pelo medo as críticas.
O fenômeno não ocorre apenas no campo político e ideológico uma vez que tem se ampliado para qualquer tema de interesse geral posto em discussão, tratado, não raras vezes, com intimidação por correntes de pensamento que acreditam portadoras exclusivas da razão.
Há, ainda, aqueles que polarizam as redes com o objetivo direcionado a manipulação da opinião pública por meio da distorção de fatos e difusão de falsas notícias, desorientando os usuários e minando a legitimidade dos meios de comunicação tradicionais, acusando-os de possuírem uma agenda oculta.
Num país com 116 milhões de usuários da Internet, cerca de 60 % da população brasileira, ocupando a quarta colocação no rancking mundial e com tendência a crescimento devido a estimulação à inclusão digital, defendida no Marco Civil da Internet, as perspectivas para este fenômeno não são alentadoras.
Numa inspeção mais cuidadosa, com base em dados apurados em pesquisas oficiais, alguns resultados contribuem decisivamente para este contexto como a constatação de que entre os dez aplicativos mais utilizados, quatro são de redes sociais.
Que o maior número de acessos se concentra na faixa etária entre 15 e 19 anos e onde, significativa parcela desta amostra, tem nas redes sociais sua principal fonte e intercâmbio de informações. Diante disso, podemos avaliar a amplitude do problema e seus efeitos.
Vale destacar, que a radicalização possui efeitos corrosivos à democracia, em especial, na livre expressão do pensamento, direito fundamental assegurado na Constituição Federal de 1988 e em diversas legislações internacionais que tratam da defesa e tutela de direitos humanos.
Além de comprometer a capacidade dos cidadãos de tomarem decisões com base em um pensamento crítico e analítico, restringe a diversificação de pontos de vista no debate público e na confrontação aberta de ideias na sociedade, característica principal dos regimes democráticos.
Contudo, estas são explicações aproximadas e não finais. A materialização externa deste ambiente de polarização pode ser potencialmente explosiva, gerando violência e um estado de temor social generalizado ameaçando a tranquilidade pública. É tentador explorar esta conjuntura por analogia com exemplos ocorridos e em andamento em alguns países na região da Ásia e do Oriente Médio onde o radicalismo transformou profundamente as relações daquelas sociedades estabelecendo um regime totalitário baseado na censura aos cidadãos.
Por outro lado, na busca de possíveis causas para este fenômeno, uma das possibilidades é a de que pode estar relacionado às constantes crises institucionais em que vive o país, assolado por problemas de corrupção de caráter endêmico, descrença generalizada na possibilidade de melhorias sociais e acirramento da disputa pelo poder político, fatores que geram descontentamento em significativa parcela da população, ingredientes perfeitos para um ambiente de extremismo.
Outras hipóteses causais emergem deste debate que se inicia timidamente. Podem ser motivados, também, por um estado de violência latente da população que encontrou outra forma de manifestação como conforto cognitivo para os problemas atuais sem a vulnerabilidade de serem atingidas pela legislação, que é uma sensação enganosa, ou ainda pior, pela deficiência no pensamento crítico e analítico uma vez que sem esta condição, as pessoas estão mais propensas a entrar em discussões sem sentido e acreditar em teorias da conspiração.
De qualquer maneira, ao persistir este status quo nas redes sociais estaremos caminhando para um quadro capaz de transformar a Internet em um espaço antidemocrático além da restrição de direitos fundamentais em um processo muito similar as campanhas promovidas pelo grupo extremista Talibã, no Paquistão, cujos resultados todos sabemos.
Trata-se de um imenso desafio para o novo governo em 2019, reestabelecer a tranquilidade pública na sociedade face a este fenômeno.
O fenômeno não ocorre apenas no campo político e ideológico uma vez que tem se ampliado para qualquer tema de interesse geral posto em discussão, tratado, não raras vezes, com intimidação por correntes de pensamento que acreditam portadoras exclusivas da razão.
Há, ainda, aqueles que polarizam as redes com o objetivo direcionado a manipulação da opinião pública por meio da distorção de fatos e difusão de falsas notícias, desorientando os usuários e minando a legitimidade dos meios de comunicação tradicionais, acusando-os de possuírem uma agenda oculta.
Num país com 116 milhões de usuários da Internet, cerca de 60 % da população brasileira, ocupando a quarta colocação no rancking mundial e com tendência a crescimento devido a estimulação à inclusão digital, defendida no Marco Civil da Internet, as perspectivas para este fenômeno não são alentadoras.
Numa inspeção mais cuidadosa, com base em dados apurados em pesquisas oficiais, alguns resultados contribuem decisivamente para este contexto como a constatação de que entre os dez aplicativos mais utilizados, quatro são de redes sociais.
Que o maior número de acessos se concentra na faixa etária entre 15 e 19 anos e onde, significativa parcela desta amostra, tem nas redes sociais sua principal fonte e intercâmbio de informações. Diante disso, podemos avaliar a amplitude do problema e seus efeitos.
Vale destacar, que a radicalização possui efeitos corrosivos à democracia, em especial, na livre expressão do pensamento, direito fundamental assegurado na Constituição Federal de 1988 e em diversas legislações internacionais que tratam da defesa e tutela de direitos humanos.
Além de comprometer a capacidade dos cidadãos de tomarem decisões com base em um pensamento crítico e analítico, restringe a diversificação de pontos de vista no debate público e na confrontação aberta de ideias na sociedade, característica principal dos regimes democráticos.
Contudo, estas são explicações aproximadas e não finais. A materialização externa deste ambiente de polarização pode ser potencialmente explosiva, gerando violência e um estado de temor social generalizado ameaçando a tranquilidade pública. É tentador explorar esta conjuntura por analogia com exemplos ocorridos e em andamento em alguns países na região da Ásia e do Oriente Médio onde o radicalismo transformou profundamente as relações daquelas sociedades estabelecendo um regime totalitário baseado na censura aos cidadãos.
Por outro lado, na busca de possíveis causas para este fenômeno, uma das possibilidades é a de que pode estar relacionado às constantes crises institucionais em que vive o país, assolado por problemas de corrupção de caráter endêmico, descrença generalizada na possibilidade de melhorias sociais e acirramento da disputa pelo poder político, fatores que geram descontentamento em significativa parcela da população, ingredientes perfeitos para um ambiente de extremismo.
Outras hipóteses causais emergem deste debate que se inicia timidamente. Podem ser motivados, também, por um estado de violência latente da população que encontrou outra forma de manifestação como conforto cognitivo para os problemas atuais sem a vulnerabilidade de serem atingidas pela legislação, que é uma sensação enganosa, ou ainda pior, pela deficiência no pensamento crítico e analítico uma vez que sem esta condição, as pessoas estão mais propensas a entrar em discussões sem sentido e acreditar em teorias da conspiração.
De qualquer maneira, ao persistir este status quo nas redes sociais estaremos caminhando para um quadro capaz de transformar a Internet em um espaço antidemocrático além da restrição de direitos fundamentais em um processo muito similar as campanhas promovidas pelo grupo extremista Talibã, no Paquistão, cujos resultados todos sabemos.
Trata-se de um imenso desafio para o novo governo em 2019, reestabelecer a tranquilidade pública na sociedade face a este fenômeno.
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