Reino Unido manterá presença militar na Alemanha após Brexit



Ministro da Defesa justifica decisão de manter bases e pessoal na região do rio Reno após 2020 com programa de incrementar os pontos militares britânicos pelo mundo.
Cerca de 185 militares do Exército e 60 civis do Ministério da Defesa do Reino Unido permanecerão na Alemanha depois da retirada das Forças Armadas britânicas do país, em 2020, anunciou Londres neste domingo (30/09).

"Estamos incrementando nossos pontos de presença britânica pelo mundo. Não fecharemos nossas instalações na Alemanha, usando-as, em vez disso, como postos táticos para o Exército", declarou o ministro da Defesa Gavin Williamson em comunicado.

De acordo com a Revisão de Defesa Estratégica e Segurança de 2010 do Reino Unido, a mobilização permanente de seu pessoal para bases militares na Alemanha deveria se encerrar em 2019, embora algumas atividades de treinamento permanecessem.



O atual comunicado estipula que militares britânicos ficarão baseados em caráter permanente na área de treinamento de Sennelager, no estado da Renânia do Norte-Vestfália.

Com 117 quilômetros quadrados, ela é utilizada para exercícios de tiro tanto pelo Reino Unido quanto pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Será também mantido o apoio de infraestrutura e equipagem à OTAN, inclusive com a capacidade combinada de cruzamento fluvial na vizinha Minden, a oeste de Hannover.

Ela possui veículos M3, plataformas anfíbias com propulsão própria, operados conjuntamente por soldados britânicos e alemães. Os dois países estão discutindo um futuro upgrade bilateral dos veículos.

O Exército britânico vai, ainda, manter sua presença no acampamento Ayrshire, em Mönchengladbach, com capacidade de armazenar 2 mil veículos, e na central de armazenamento de munição operacional de Wulfen. O Exército Britânico do Reno foi formado em seguida à Segunda Guerra Mundial e desenvolvido pela OTAN após 1949.
Tropas do Reino Unido baseadas em Wald - Alemanha  - testam 'prontidão' com manobras em Sennelager
Dezoito anos mais tarde, teve seu contingente reduzido, antes de ser substituído pelas Forças Britânicas na Alemanha, em 1994, com 25 mil soldados. Até 2015 havia 5.200 militares britânicos no país.


 

Reino Unido não aceita ser intimidado em negociações do Brexit, diz ministro¹

O Reino Unido não aceita ser intimidado, disse o ministro do Brexit, Dominic Raab, nesta segunda-feira, intensificando as críticas do governo à União Europeia por pressionar a primeira-ministra, Theresa May, e dificultar as conversas sobre a separação britânica do bloco.

Todos os ministros de May saíram da conferência anual do partido, realizada na cidade de Birmingham, alertando que defenderão a saída da UE sem um acordo se esta não mostrar “respeito” nas negociações da desfiliação.

Faltando seis meses para o Reino Unido deixar a UE, a maior mudança nas políticas externa e comercial do país em mais de 40 anos, May enfrenta críticas crescentes às suas propostas – não só em seu partido governista, mas também em Bruxelas.

A unidade partidária está na mente dos ministros britânicos, que estão estimulando os correligionários a direcionarem sua revolta contra a UE, e não a premiê, que alguns conservadores eurocéticos acusam de conduzir a nação rumo a um “Brexit só no nome”. M

as o novo tom estridente aborreceu muitos em Bruxelas, especialmente quando o ministro de Relações Exteriores, Jeremy Hunt, comparou o bloco à União Soviética, a mestra de vários Estados do leste europeu que via a filiação à UE como uma medida de sua liberdade.

Outros ministros, como o titular das Finanças, Philip Hammond, adotaram um tom mais ameno, enfatizando que sair sem um acordo poderia prejudicar a economia do Reino Unido, a quinta maior do mundo.

Mas Raab disse que pediu à UE para igualar a “ambição e o pragmatismo” que o Reino Unido mostrou nas propostas de Chequers, assim chamadas em referência à casa de campo onde May delineou um acordo com seus ministros em julho.

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