Trident Juncture 18, que terá lugar até 7 de novembro na Noruega, tem como objetivo treinar a Aliança Atlântica para socorrer um dos seus membros, tal como previsto no artigo 5.º do tratado
O F/A-18F Super Hornet do Esquadrão Red Rippers do Strike Fighter Squadron (VFA) 11 decola do USS Harry S. Truman (CVN 75). Pela primeira vez em 30 anos, um porta-aviões americano opera acima do Círculo Ártico. Foto US Navy
Trident Juncture é o maior exercício militar da OTAN-NATO em muitos anos. Estão no mar, em terra e no ar cerca de 50 mil militares de 31 países, que têm ao dispor 250 aeronaves, 65 navios - entre os quais o porta-aviões USS Harry Truman CVN-75 - e 10 mil veículos.
Se os veículos estivessem em fila iriam ocupar 92 quilómetros, segundo uma estimativa do exército norueguês.
Ao pormenor, estão em manobras mais de 20 mil homens da infantaria, 24 mil marinheiros e fuzileiros navais, 3.500 aviadores, 1.300 pessoas do Estado-Maior e outras mil na logística.
Os maiores contingentes são dos EUA, Alemanha, Noruega, Reino Unido e Suécia.
35 mil camas
No que respeita à logística, os noruegueses prepararam 35 mil camas, e esperam distribuir 1,8 milhões de refeições e 4,6 milhões de garrafas de água. Em lavandaria, a conta da roupa faz-se em toneladas: 676.
Jason Bohm, chefe do Estado-Maior do Comando de Apoio e Projeção de Forças NATO (STRIKFORNATO) lembrou que havia quem afirmasse ser "o maior exercício da NATO desde 1983. Houve um exercício com forças semelhantes em 2002". Quando o brigadeiro-general norte-americano fez este comentário, a bordo do USS Mount Whitney, em Lisboa, os números da operação ainda não tinham sido revistos em alta.
Iniciaram a primeira fase do exercício (25OUT2018), denominada fase de integração da força e de aperfeiçoamento de combate. "É quando os navios, as aeronaves e os fuzileiros começam a alinhar procedimentos e técnicas, para mais tarde começarem a responder como força comandada aos desafios táticos impostos pelos postos de comando marítimos", esclarece a tenente Elisabete Almeida, a bordo do USS Mount Whitney.
É nesse navio que a STRIKFORNATO tem a seu cargo o comando de 20 navios e 16 mil militares. A STRIKFORNATO será um dos dois comandos marítimos com a única responsabilidade de comandar forças navais e anfíbias dos EUA.
Irritação russa
A Noruega ofereceu-se para receber o Trident Juncture, que inicia hoje. A Rússia não escondeu a irritação. "Os principais países da NATO estão a aumentar a sua presença militar na região, perto das fronteiras da Rússia", disse a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova. "Tais ações irresponsáveis inevitavelmente conduzirão à desestabilização da situação política e militar no norte, e a um aumento das tensões", pelo que prometeu "medidas de retaliação".
A maior irritação para os russos é que pela primeira vez, desde 1991, um Grupo Tarefa Integrado por um porta-aviões, o USS Harry S. Truman CVN 75, opera no Círculo Polar Ártico.
A proximidade é relativa: de acordo com o general norueguês Rune Jakobsen, as operações terrestres ficam a mil quilómetros da fronteira russa e as aéreas a 500 quilómetros.
A Trident Juncture é de longe a maior manobra militar na Noruega desde o início dos anos 1980, um sinal de que a aliança quer afiar suas defesas depois de anos de cortes de gastos e missões de combate em locais distantes.
“Trouxemos o equivalente a sete brigadas de combate ao longo do último mês. Isso é impressionante, e operaremos aqui pelas próximas duas semanas no que é um ambiente inclemente no mar e na terra”, disse almirante norte-americano James Foggo, comandante da manobra.
Cada vez mais preocupada com a Rússia desde que esta anexou a Crimeia em 2014, a Noruega se empenhou em dobrar o número de fuzileiros navais norte-americanos que recebem treinamento em seu território a cada ano, uma medida criticada por Moscou.
O Almirante norte-americano James Foggo, comandante da manobra, na cerimônia de abertura da Trident Juncture.
No mês passado a Rússia realizou suas maiores manobras desde 1981, apelidadas de Vostok-2018 (Ocidente-2018), mobilizando 300 mil tropas em uma demonstração de força próxima da fronteira com a China e que incluiu exercícios conjuntos com os Exércitos chinês e mongol.
Inicialmente os jogos de guerra da OTAN deveriam envolver 35 mil soldados, mas o número aumentou nos últimos meses, inclusive com a adição tardia do porta-aviões USS Harry S. Truman, que tem cerca de 6 mil efetivos.
No mês passado a Rússia realizou suas maiores manobras desde 1981, apelidadas de Vostok-2018 (Ocidente-2018), mobilizando 300 mil tropas em uma demonstração de força próxima da fronteira com a China e que incluiu exercícios conjuntos com os Exércitos chinês e mongol.
Inicialmente os jogos de guerra da OTAN deveriam envolver 35 mil soldados, mas o número aumentou nos últimos meses, inclusive com a adição tardia do porta-aviões USS Harry S. Truman, que tem cerca de 6 mil efetivos.
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