Merkel pede esclarecimentos sobre morte de jornalista crítico a Riad, após comunidade internacional questionar explicações do governo saudita. Berlim cobra reações coordenadas com os demais países da UE.
Governo alemão havia aprovado exportações no valor de 416.4 milhões de euros para Riad
A chanceler federal Angela Merkel anunciou neste domingo (21/10) que a Alemanha vai suspender as exportações de armas para a Arábia Saudita, após governos do Ocidente rejeitarem as alegações de Riad sobre o desaparecimento do jornalista saudita Jamal Khashoggi.
Considerado uma das vozes mais críticas da monarquia saudita, Khashoggi, de 60 anos, entrou no consulado de seu país em Istambul, na Turquia, no dia 2 de outubro, para obter um documento e teria sido morto no local.
Ele residia nos Estados Unidos desde 2017, onde era colaborador do jornal The Washington Post. No último sábado as autoridades sauditas afirmaram que Khashoggi morreu após uma luta corporal com agentes do governo dentro do consulado.
A explicação, porém, foi recebida com ceticismo pela comunidade internacional. Muitos observadores afirmam que a morte do jornalista teria sido premeditada e aprovada pelas instâncias mais altas do governo saudita, com a intenção de eliminar um de seus maiores críticos.
O governo alemão assinou uma declaração conjunta com o Reino Unido e a França condenando o incidente. Merkel disse que as exportações de armamentos não devem ocorrer "diante da atual situação". Após se reunir com o comitê de seu partido, a União Democrata Cristã (CDU), a chanceler pediu com urgência maiores esclarecimentos sobre o desaparecimento do jornalista e lamentou que os responsáveis não tenham sido levados à Justiça.
Ela pediu que a reação da comunidade internacional ocorra de forma coordenada. As exportações alemãs de armas para a Arábia Saudita vêm sendo há muito questionadas em razão da campanha militar realizada por Riad contra as forças rebeldes no Iêmen. Só em agosto, o mês mais sangrento da guerra, quase mil civis foram mortos no país.
A atual coalizão de governo alemã não chegou a fechar novos acordos com os sauditas, mas, durante a formalização do novo gabinete em Berlim, no ano passado, ficou decidido que os negócios que já estavam em andamento deveriam prosseguir.
Até o dia 30 de setembro, o governo já havia aprovado exportações no valor de 416,4 milhões de euros. O ministro alemão da Economia, Peter Altmaier, disse nesta segunda-feira que os demais membros da União Europeia (UE) devem seguir o exemplo de seu país e também interromper exportações de armamentos para o país árabe.
Ele disse ainda que o governo decidirá em breve se vai reverter acordos negociados anteriormente e que futuras ações devem ser coordenadas com os demais parceiros da UE.
"Para mim, é importante que cheguemos a uma posição europeia", afirmou o ministro. "Apenas se todos os países europeus estiverem de acordo, poderemos causar uma impressão no governo de Riad. Não haverá consequências positivas se suspendermos as exportações de armas apenas para que outros países tomem nosso lugar", observou Altmaier.
Considerado uma das vozes mais críticas da monarquia saudita, Khashoggi, de 60 anos, entrou no consulado de seu país em Istambul, na Turquia, no dia 2 de outubro, para obter um documento e teria sido morto no local.
Ele residia nos Estados Unidos desde 2017, onde era colaborador do jornal The Washington Post. No último sábado as autoridades sauditas afirmaram que Khashoggi morreu após uma luta corporal com agentes do governo dentro do consulado.
A explicação, porém, foi recebida com ceticismo pela comunidade internacional. Muitos observadores afirmam que a morte do jornalista teria sido premeditada e aprovada pelas instâncias mais altas do governo saudita, com a intenção de eliminar um de seus maiores críticos.
O governo alemão assinou uma declaração conjunta com o Reino Unido e a França condenando o incidente. Merkel disse que as exportações de armamentos não devem ocorrer "diante da atual situação". Após se reunir com o comitê de seu partido, a União Democrata Cristã (CDU), a chanceler pediu com urgência maiores esclarecimentos sobre o desaparecimento do jornalista e lamentou que os responsáveis não tenham sido levados à Justiça.
Ela pediu que a reação da comunidade internacional ocorra de forma coordenada. As exportações alemãs de armas para a Arábia Saudita vêm sendo há muito questionadas em razão da campanha militar realizada por Riad contra as forças rebeldes no Iêmen. Só em agosto, o mês mais sangrento da guerra, quase mil civis foram mortos no país.
A atual coalizão de governo alemã não chegou a fechar novos acordos com os sauditas, mas, durante a formalização do novo gabinete em Berlim, no ano passado, ficou decidido que os negócios que já estavam em andamento deveriam prosseguir.
Até o dia 30 de setembro, o governo já havia aprovado exportações no valor de 416,4 milhões de euros. O ministro alemão da Economia, Peter Altmaier, disse nesta segunda-feira que os demais membros da União Europeia (UE) devem seguir o exemplo de seu país e também interromper exportações de armamentos para o país árabe.
Ele disse ainda que o governo decidirá em breve se vai reverter acordos negociados anteriormente e que futuras ações devem ser coordenadas com os demais parceiros da UE.
"Para mim, é importante que cheguemos a uma posição europeia", afirmou o ministro. "Apenas se todos os países europeus estiverem de acordo, poderemos causar uma impressão no governo de Riad. Não haverá consequências positivas se suspendermos as exportações de armas apenas para que outros países tomem nosso lugar", observou Altmaier.
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