Há muito que a poluição luminosa se tornou um sério inimigo para a observação do céu. Com o tempo o problema se agravou e segundo os especialistas, as próximas gerações urbanas não verão mais as estrelas e constelações, apenas o brilho do Sol e da Lua.
Luminárias - os vilões
De acordo com estudiosos no assunto, o maior responsável pela degradação do céu escuro é o desenho incorreto das luminárias de rua que espalha um fluxo de 60% da luz no sentido horizontal e para cima, que em nada contribui para a iluminação noturna, já que a única luz realmente necessária é aquela dirigida para o solo.
Quanto mais populosa e desenvolvida for a cidade, maior será essa massa luminosa, facilmente perceptível à distância, quando nos afastamos em direção ao interior. Em algumas localidades, a interferência luminosa só começa a ser tolerada a mais de 200 ou 300 km de distância.
Nos grande centros, as constelações mais simples e fantásticas, como o Escorpião, Orion ou Leão, por exemplo, se apresentam completamente desfalcadas e em nada se parecem com aquelas mostradas nos atlas celestes. Observar cometas e chuvas de meteoros é uma tarefa impossível, assim como ver a Via Láctea e a Luz Zodiacal.
Políticas Públicas
Ao que tudo indica, a deterioração da qualidade do céu noturno só será freada a partir de uma mudança cultural na mentalidade dos administradores, que deverão repensar na forma como é feita a iluminação pública das ruas e parques e também na criação de leis que norteiem o uso de refletores na iluminação de prédios e fachadas.
O agravamento da poluição luminosa veio com o avanço implacável da iluminação pública, um sinal inequívoco de progresso, segurança e bem-estar, mas que trouxe junto uma forma de degradação ambiental extremamente nefasta, tanto para a natureza como para a cultura contemporânea já que grande parte da humanidade não pode mais contemplar totalmente o Universo em que está inserida.
A poluição luminosa nos grandes centros urbanos é tão grande que apenas as estrelas mais brilhantes podem ser observadas, ao contrário das localidades mais escuras de onde a via láctea e a luz zodiacal ainda podem ser vistas.
Outdoors e fachadas de lojas, além dos holofotes que iluminam prédios e monumentos também contribuem fortemente para a degradação ambiental, além das projeções ao ar livre e da forte iluminação dos estádios.
Todas essas fontes criam uma grande massa luminosa que reflete na atmosfera e a transforma em uma espécie de barreira que ofusca a luz vinda do espaço.
Nos Grandes Centros
Culturalmente, o resultado da poluição luminosa é que ela nos torna cegos para o conhecimento e compreensão do Universo ou do Sistema Solar, já que somente os objetos muito brilhantes podem ser vistos.
Atualmente, as zonas urbanas dos países ricos ou em desenvolvimento são as áreas que apresentam maior índice de poluição luminosa, que se amplia à medida que as cidades interioranas recebem investimentos e se tornam mais iluminadas.
Sem a contenção implacável da poluição luminosa, em poucos anos teremos um céu onde praticamente não se poderá mais ver estrelas. Elas passarão a ser entes desconhecidos, encontrados apenas em fotos ou livros de ciência.
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