Presidente americano adverte no Twitter para que a República Islâmica não volte a ameaçar os Estados Unidos, depois de Rohani ter falado em "mãe de todas as guerras" se Trump continuar "brincando com fogo".
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, advertiu o Irã neste domingo (22/07) para que "jamais volte a ameaçar os Estados Unidos" sob pena de "consequências como poucos conheceram ao longo da história".
O aviso foi uma resposta a advertências do presidente iraniano, Hassan Rohani, para o perigo de os EUA começarem um conflito com seu país.
"Já não somos um país que apoie suas palavras dementes de violência e de morte. Cuidado!", acrescentou Trump, numa mensagem toda em letras maiúsculas publicada no Twitter.
Poucas horas depois, a agência estatal iraniana Irna minimizou as mensagens de Trump, descrevendo-as como uma reação passiva aos comentários de Rohani.
A agência, porta-voz do governo do Irã, acrescentou nesta segunda-feira que a mensagem de Trump está apenas imitando o ministro iraniano do Exterior, Mohammad Javad Yarif, que no passado alertara o Ocidente para "nunca ameaçar um iraniano".
No domingo, Rohani alertou Trump para "não brincar com fogo" e garantiu que um conflito com o Irã seria a "mãe de todas as guerras".
Ele ressaltou que o Irã responderá a ameaças "com ameaças" e não vai se intimidar, segundo discurso publicado no site da presidência iraniana. Ele também voltou a afirmar que Teerã pode bloquear as rotas para exportação de petróleo no Golfo Pérsico em represália à decisão dos EUA de abandonar o acordo nuclear multilateral de 2015 com o Irã e impor novas sanções a Teerã.
As sanções entrarão em vigor em agosto e ameaçam afetar a já enfraquecida economia iraniana. A medida pretende atingir o Irã em duas frentes: seus programas de mísseis balísticos e sua influência regional.
Já durante visitas à Suíça e à Áustria, no começo do mês, Rohani advertira que o Irã pode fechar o Estreito de Ormuz, principal rota para as exportações de petróleo da região do Golfo.
A troca de mensagens acaloradas com países em disputa com os EUA faz parte do histórico de Trump.
A disputa retórica lembra a troca de mensagens entre Trump e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, antes de as tensões terem dado lugar a uma aproximação inesperada com a Coreia do Norte.
Também no domingo, o secretário de Estado Mike Pompeo havia afirmado que Washington não tinha medo de impor sanções "do mais alto nível" ao regime de Teerã.
Num discurso perante a diáspora iraniana na Califórnia, Pompeo confirmou que Washington quer que todos os países reduzam suas importações de petróleo iraniano até "perto de zero", até o início de novembro. Caso contrário, esses países enfrentariam sanções dos EUA.
Irã ameaça EUA com "mãe de todas as guerras"
O presidente do Irã, Hassan Rohani, alertou neste domingo (22/07) para o perigo de os Estados Unidos começarem um conflito com seu país, o que seria "a mãe de todas as guerras", recomendando que Washington "não brinque com fogo".
"O poder do Irã é dissuasório, e não temos um conflito com ninguém, mas os americanos devem entender que a paz com o Irã é a mãe de todas as pazes", afirmou. "Assim como a guerra seria a mãe de todas as guerras", disse Rohani em cerimônia com diplomatas iranianos.
O líder ressaltou que o Irã responderá às ameaças "com ameaças" e não se intimidará, segundo o discurso publicado no site da presidência iraniana. Ele também voltou a afirmar que Teerã pode bloquear as rotas para exportação de petróleo no Golfo Pérsico.
Já durante visitas a Suíça e Áustria, no começo do mês, Rohani advertira que o Irã pode fechar o Estreito de Ormuz, principal rota para as exportações de petróleo da região do Golfo.
Se dirigindo ao presidente americano, Donald Trump, deu um conselho. "Não brinque com a cauda do leão, porque você irá lamentar", uma expressão em farsi equivalente a "não brincar com fogo".
Trump retirou em maio os EUA do acordo nuclear multilateral de 2015 com o Irã e voltou a impor sanções a Teerã, que entrarão em vigor em agosto e ameaçam afetar a já enfraquecida economia iraniana. A medida tem o objetivo de afetar o Irã em duas frentes: seus programas de mísseis balísticos e sua influência regional.
"Pagaremos custos, mas conseguiremos mais benefícios", afirmou Rohani, descartando como já fez no dia anterior o líder supremo, Ali Khamenei, qualquer negociação com Washington.
"Negociar hoje com os EUA não significa mais do que a rendição e o fim das conquistas da nação do Irã. Se nos rendemos diante de um fanfarrão mentiroso como Trump, saqueiam o Irã", acrescentou.
No discurso, Rohani também se referiu aos esforços de autoridades americanas para tentar encorajar os movimentos de protesto internos contra o regime dos aiatolás. Ele afirmou que os EUA não são capazes de "provocar o povo iraniano contra a segurança e os interesses do Irã", em aparente referência a recentes esforços dos EUA para desestabilizar o governo iraniano através de propaganda.
Washington lançou recentemente uma campanha de propaganda no Irã, incluindo anúncios e discursos nas mídias sociais destinados a influenciar o descontentamento da população.
Neste mês, Trump se disse confiante de que o Irã aceitará suas condições e lhe contatará para chegar a um novo acordo, porque está tendo "muitos problemas e sua economia está afundando".
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