Prepare-se: Eclipse total da Lua poderá ser visto do Brasil


No próximo dia 27 de julho, sexta-feira, teremos um eclipse total da Lua, que poderá ser visto em boa parte do Brasil. Durante o evento a Lua mergulhará no cone de sombra da Terra, o que tornará a Lua muito alaranjada por diversos minutos.


No vídeo, o diretor do Apolo11, Rogério Leite, explica como será o eclipse total da Lua no dia 27 de julho. Clique para ver
O eclipse lunar do dia 27 visível na América do Sul, Europa, África, Ásia, Austrália. Na América do Sul, somente observadores localizados na faixa leste do continente verão a fase mais interessante do fenômeno, a fase umbral, na qual a Lua se torna alaranjada. Em todo o resto do continente somente a fase penumbral poderá ser vista, mas praticamente impossível de ser notada.
Como acontece o eclipse lunar
Quando qualquer corpo esférico é iluminado por uma fonte pontual de luz são produzidos dois cones de sombra, chamados de penumbra e umbra. Em condições ideais a região da umbra é totalmente escura, enquanto a penumbra ainda recebe um parte da luz. Durante um eclipse lunar acontece o mesmo, com o Sol fazendo o papel da fonte de luz pontual. Fortemente iluminada, a Terra também produz dois cones de sombra que são projetados no espaço.

Geometria de um eclipse total da Lua
Geometria de um eclipse total da Lua

Em algumas ocasiões, o movimento de translação da Lua ao redor da Terra a insere dentro do cone da penumbra. Esta ocasião recebe o nome de eclipse penumbral e é muito difícil de ser observado, já que a diminuição de luz dentro deste cone é muito baixa para ser percebida. Em outras situações, no entanto, a Lua mergulha exatamente dentro da zona de sombra da umbra, ocorrendo então o eclipse total da lua.
Na prática, o bloqueio de luz durante um eclipse total da Lua não produz o obscurecimento completo da superfície lunar. O motivo é que a atmosfera da Terra refrata os raios solares e desvia a parte do espectro de luz vermelha, tornando a Lua alaranjada.
Eclipse visto da Lua
Diferentemente dos observadores aqui na Terra, se algum astronauta estivesse na Lua no momento do eclipse estaria presenciando um eclipse solar total, já que a Terra estaria passando bem na frente do Sol. bloqueando a luz da estrela.

Fases de um eclipse lunar
Todo eclipse total da Lua possui cinco fases bem definidas que incluem os contatos iniciais e finais do satélite com os cones de umbra e penumbra, além do meio do eclipse, conhecido como totalidade.

Eclipse da Lua 27 de julho de 2018
Eclipse da Lua 27 de julho de 2018
No eclipse do dia 27 de julho, a Lua tocará a penumbra às 14h14 e caminhará por essa zona até às 15h24, quando sua borda encosta na área de umbra, a parte mais escura da sombra. Esse dois momentos são vistos no gráfico como P1 e U1.
O ápice do eclipse ocorre às 17h22, quando a Lua estiver no centro da umbra. A Lua permanecerá dentro da umbra até 18h13, quando então começará a entrar na fase penumbral U4.
Eclipse No Brasil
Como se nota, o ápice do eclipse não poderá ser visto no Brasil, já que na maior parte da faixa leste da América do Sul a Lua nasce por volta das 18h20. No entanto, uma boa parte da fase umbral, a mais interessante, ainda poderá ser observada, com a Lua nascendo ainda eclipsada pela umbra da Terra.
Para ver o eclipse do dia 27 é só olhar para o quadrante leste e esperar a Lua nascer, por volta das 18h20. O fim do eclipse umbral acontece às 19h19, quando a Lua saia totalmente da área de sombra profunda da Terra.

Eclipse total da Lua

Bônus - Marte colado na Lua
Embora o eclipse total da Lua seja o evento mais importante da noite do dia 27, outra efeméride estará acontecendo ao mesmo tempo. Trata-se da maior aproximação do planeta Marte dos últimos 15 anos. Nesta noite, o Planeta Vermelho estará a apenas 57.7 milhões de quilômetros da Terra, uma distância tão pequena que fará Marte ser o objeto mais brilhante do céu noturno depois da Lua.

Aproximação Máxima de Marte
A maior aproximação entre Marte e Terra ocorreu em 27 de agosto de 2003, quando a distância mínima entre os dois planetas foi de apenas 56 milhões de km, a menor distância desde o Homem de Neandertal, há 60 mil anos. Uma aproximação como essa só ocorrerá novamente em 2287!

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