Relatório Otálvora: Duque (Colombia) confirma aliança com os EUA e Maduro com a Rússia




O regime Chavista transformou a Venezuela em um cliente das indústrias de armas da Rússia e da China, mantém jovens em treinamento militar na Rússia ou na Bielorrússia


O medo de um conflito armado internacional já estava refletido em um documento preparado por dez governos da região sobre o tema da Venezuela.. No dia, 17JUL2018, os governos da Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai e Peru, membros do Clube de Lima, emitiu o comunicado desde Bruxelas "ante a profunda crise política, económica, social e ajuda humanitária na República Bolivariana da Venezuela".

No texto, os governos expressam "sua profunda preocupação com os recentes relatos sobre a mobilização de tropas e aviões de combate de Venezuela para a fronteira com a Colômbia, ações que contradizem o espírito da Proclamação sobre a América Latina como uma Zona de Paz, aprovado em 2014, pela CELAC". Embora o pronunciamento não tenha sido assinado por quatro membros do Grupo de Lima (Brasil, Canadá, Guyana e Santa Lucia), o seu conteúdo advertiu o que até esta data não havia sido considerado nas inúmeras declarações sobre o Regime Chavista.
 
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A inclusão da questão militar na declaração do Grupo de Lima, promovida pelo Ministério das Relações Exteriores da Colômbia, teria sido justificada por uma série de eventos e declarações de porta-vozes do governo Chavista. Em 29JAN2018, a Aviação Militar Venezuelana (FANB) informou sobre o início da Operação Aricagua 01-2018 com a transferência de quatro aeronaves de combate F16 para uma base militar na área de fronteira com a Colômbia. Em 9FEV2018, o Embaixador Roy Chaderton um dos ideólogos da diplomacia chavista, falou em um programa no canal oficial VTV para um possível conflito armado entre Venezuela e a Colômbia.

Chaderton disse que "de repente, ocorre para o sudoeste e tornar-se realidade os planos da Venezuela de saída para o Pacífico" referindo-se a uma ação militar hipotética que iria atravessar o território colombiano. Em 8 de julho, o líder chavista Pedro Carreno disse em uma entrevista na televisão que "os nossos Sukhoi tem a missão de derrubar as sete pontes que cruzam o rio Magdalena, de norte a sul, para dividi em dois a Colômbia." As ameaças bélicas da hierarquia de Chávez começam a gerar reações internacionais.

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O novo presidente da Colômbia, Iván Duque, realizou reuniões com os principais responsáveis pelas questões de segurança nacional nos Estados Unidos. Em 27 de junho, dez dias depois de ser eleito, Duque iniciou uma viagem, que durou até meados de julho, durante a qual visitou os EUA e a Espanha, combinando uma agenda pública com atividades privadas, em uma agenda de trabalho e descanso. As reuniões mais marcantes foram as reuniões com Felipe VI, da Espanha, com o presidente do governo espanhol Pedro Sánchez e com o vice-presidente dos EUA, Mike Pence.
Mas no meio de suas reuniões com os grandes astros, Duque se reuniu com figuras importantes do governo dos EUA confirmando a tendência de seu próximo governo de privilegiar as relações com Washington. Duke foi recebido pelo secretário de Estado Mike Pompeo, John Bolton, conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Gina Haspel, diretora da CIA, e diretor do Escritório de Política Nacional de Controle de Drogas (DEA), James W. Carroll. Venezuela e tráfico de drogas eram temas recorrentes nessas conversas. Como conclusão de sua jornada, Duque visitou a sede do Comando Sul (SOUTHCOM), no estado da Flórida, onde foi recebido pelo almirante Kurt Tidd. Em seu encontro com o comandante do SOUTHCOM, Duke foi acompanhado por Jorge Mario Eastman e Maria Paula Correa que já foram nomeados para os cargos de Secretário-Geral da Presidência e secretário particular da Presidência, os guardas das chaves do gabinete presidencial colombiano.




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Quase duas dúzias de governos do Continente enviaram militares ao Panamá para realizar as competições anuais chamadas "Forças Comando". Organizado desde 2004 sob os auspícios do Comando Sul dos EUA, a versão 2018 trouxe o pessoal militar da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, EUA, Equador, República Dominicana, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, Jamaica Panamá, Paraguai, Peru e Trinidad e Tobago. A equipe colombiana foi a vencedora das competições realizadas entre os dias 15 – 26JUL2018. As competições do ano de 2019 serão realizadas no Chile. "Adquirir experiência para enfrentar ameaças comuns" é um dos propósitos do exercício.

Simultaneamente, a Força Aérea Colombiana (FAC) mobilizou 130 soldados para os EUA no início de julho para participar de dois eventos de competição e treinamento de guerra aérea. A Colômbia foi convidada a participar da etapa 18-3 dos exercícios Red Flag 2018 na base aérea de Nellis, em Las Vegas, de 23 de julho a 3 de agosto. Previamente os pilotos  colombianos baseados, na Base da Força Aérea em Davis-Monthan, no Arizona, para exercícios militares bilaterais chamados "Lightning", no qual caças Kfirs da Colômbia voaram com A-10 Thunderbolt II e F-16 dos Estados Unidos em missões de treinamento combarte Ar-Ar.

Membros da USAF e FAC em exercícios conjuntos.

O regime Chavista transformou a Venezuela em clientes das indústrias de armas da Rússia e da China, mantém jovens em formação militar na Rússia ou Bielorrússia, não participa dos exercícios militares organizados pelos EUA. Os chavistas preferem enviar seus soldados para competir forças de outros países em exercícios organizados pela Rússia com a participação da China.

Desde 2014 o governo de Vladimir Putin realiza o que denomina “International Army Games”. Os jogos de 2018 serão realizados em várias sedes distribuídos pela: Rússia, China, Cazaquistão, Irã, Bielorússia, Armênia e Azerbaijão. Militares venezuelanos participarão de exercícios de desembarque naval e defesa aérea, na China; competição “Sniper Frontier”  em Otar, Cazaquistão; “Tank Biathlon”, na Rússia, para um total de nove competições em diversos cenário. Outro país latino americano que está presente aos ”International Army Games 2018” é a Nicarágua cujos representantes participam da competição “Tank Biathlon”, em Alabino, cercanias de Moscou.

A Venezuela e a Nicarágua são duas peças na América Latina da atual geopolítica russa em seu confronto estratégico com os EUA. Os governos de Nicolás Maduro e Daniel Ortega costumam considerar essa relação como parte de seus bens geopolíticos no estilo do regime de Castrista, em Cuba.



Tropas da Venezuela em Alabino, Moscou.
O Brasil esteve envolvido no início das negociações de Juan Manuel Santos com as FARC, em 2010. O então presidente Lula da Silva foi informado pelo governo colombiano sobre as conversas secretas que Santos teve com as FARC para iniciar as negociações de paz. De acordo com documentos que foram desclassificados esta semana na Colômbia, Santos informou à liderança das FARC que o governo brasileiro estava disposto a servir como sede e oferecer a proteção necessária para reuniões secretas entre os enviados de Santos e os guerrilheiros.

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, teriam sido contatados, prometeu Santos, para os preparativos para o que seria a primeira reunião das negociações.

As FARC preferiram o território de fronteira colombiana-venezuelana rejeitando a oferta brasileira para seus contatos com os enviados de Santos.

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