País sul-americano acompanha decisão dos EUA e se torna o terceiro a levar legação diplomática de Tel Aviv para a cidade disputada. Palestinos condenam ato como provocativo e irresponsável.
O Paraguai inaugurou nesta segunda-feira (21/05) sua embaixada em Jerusalém. É o segundo país a seguir o exemplo dos Estados Unidos e tirar sua legação diplomática de Tel Aviv e levar para a disputada cidade, elemento central do conflito israelense-palestino.
"A decisão concretiza outro acontecimento histórico em nossos vigorosos laços de amizade, que coincide com a comemoração da criação do Estado de Israel, que meu país acompanhou nas Nações Unidas, decidida e decisivamente, há 70 anos", afirmou o presidente Horácio Cartes.
Os Estados Unidos levaram sua embaixada para Jerusalém na segunda-feira passada, numa decisão que desencadeou uma série de protestos nos territórios palestinos, com dezenas de mortos. Na quarta-feira, a Guatemala fez o mesmo.
O status de Jerusalém é um dos principais obstáculos à paz entre israelenses e palestinos, que defendem, com amplo apoio internacional, que Jerusalém Oriental, capturada por Israel na Guerra dos Seis Dias (1967), seja a capital de seu futuro Estado. Israel, por outro lado, considera toda a cidade, inclusive o setor oriental, como sua capital.
"Este é um grande dia para Israel, um grande dia para o Paraguai, um grande dia para a nossa amizade. Vocês fizeram muito pelo seu país e agora estão fazendo muito por nossos países. Nós lembramos de nossos amigos. Obrigado Horacio, obrigado Paraguai", disse o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu.
Na cerimônia, Netanyahu lembrou que o Paraguai ajudou os judeus a escapar da Alemanha nazista: "Vocês fizeram isso antes do Holocausto, durante o Holocausto e depois do Holocausto. Um ato de benevolência e misericórdia que estará sempre em nosso coração."
Os palestinos condenaram a decisão paraguaia. "Ao adotar uma decisão provocativa e irresponsável, em direta contravenção ao consenso e às leis internacionais, o Paraguai conspira com Israel, EUA e Guatemala para consolidar a ocupação militar e selar o destino da Jerusalém ocupada", disse Hana Ashrawi, da Organização para a Libertação da Palestina.
Em dezembro passado, o presidente americano, Donald Trump, reconheceu Jerusalém como a capital de Israel, numa decisão que marcou uma guinada histórica na política externa dos EUA e que foi amplamente condenada por potências árabes e ocidentais. A maioria dos países não reconhece a soberania israelense sobre toda a cidade e afirma que seu status deve ser resolvido em negociações de paz.
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