Valor está muito acima do previsto pela pasta responsável pelo orçamento. Segundo jornal, ministra pode interromper projetos de cooperação internacional se mais recursos não forem destinados.
A ministra da Defesa da Alemanha, Ursula von der Leyen, apresentou um pedido para aumentar o orçamento militar em 12 bilhões de euros (50 bilhões de reais) na atual legislatura, que vai até 2021, um valor muito superior ao orçamento atual.
Segundo o jornal Bild am Sonntag, o ministro das Finanças, Olaf Scholz, prevê apenas um aumento de gastos da ordem de 5,5 bilhões de euros pelos próximos quatro anos. Na última sexta-feira (27/04), o Ministério da Defesa já havia criticado o plano de Scholz como "inadequado diante das enormes necessidades acumuladas e da modernização exigida, particularmente no médio prazo".
De acordo com o jornal, Von der Leyen ameaçou interromper projetos internacionais de cooperação que incluem a compra e venda de armamentos pela Alemanha se o orçamento de defesa não receber um impulso considerável.
Um dos projetos que pode ser sacrificado é um negócio envolvendo a venda de quatro submarinos para a Noruega, que foram encomendados ao estaleiro alemão ThyssenKrupp. Em troca da venda, a Alemanha previa comprar dois submarinos e mísseis de uma empresa norueguesa.
Outro negócio que pode receber o veto da ministra é a compra de seis aeronaves de transporte C-130 Hercules, que devem fazer parte de um esquadrão conjunto com a França, segundo o Bild.
Déficits graves
O orçamento de defesa da Alemanha alcançou em 2017 cerca de 37 bilhões de euros e deve chegar a 39 bilhões de euros em 2018. Embora represente o nono maior orçamento de defesa do mundo, o valor ainda está distante de alcançar os 2% do PIB nacional que a Otan vem exigindo de seus membros.
Nos últimos anos, aumentaram as críticas de que as Forças Armadas da Alemanha, a Bundeswehr, não são bem equipadas.
Em fevereiro, o jornal Rheinische Post citou um documento interno da Bundeswehr afirmando que o Exército não possuía unidades e nem mesmo o equipamento básico necessário para uma mobilização rápida e assim atender a eventuais pedidos da Otan para o envio urgente de tropas no caso de emergências.
A Alemanha assumirá a liderança da Força-Tarefa Conjunta de Alta Prontidão (VJTF, em inglês) da aliança no início do próximo ano. A força de 5 mil homens, supostamente capaz de atingir a prontidão de combate em 24 horas, foi criada pela Otan em 2014 para combater a ameaça de agressão militar russa contra os países membros do Báltico.
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