Japão enfrenta maior perigo desde 2ª Guerra devido à Coreia do Norte, diz premiê



A situação de segurança que o Japão enfrenta é a mais perigosa desde a Segunda Guerra Mundial devido às provocações “inaceitáveis” da Coreia do Norte, disse o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, nesta quinta-feira, se comprometendo a reforçar a defesa do país para proteger a população.

A tensão regional tem crescido especialmente desde que a Coreia do Norte conduziu seu sexto e maior teste nuclear, em setembro, e depois disse, em novembro, ter testado com sucesso um novo míssil balístico intercontinental que conseguiria alcançar todo o território dos Estados Unidos.

“Não é um exagero dizer que o ambiente de segurança em torno do Japão é o mais grave desde a Segunda Guerra Mundial. Eu protegerei a vida das pessoas e a convivência pacífica em qualquer situação”, disse Abe em entrevista coletiva de Ano Novo. Abe disse que o Japão tomará novos passos para fortalecer sua postura de defesa, sem fornecer detalhes.

Coreia do Norte reabre comunicação de fronteira com Seul; Trump diz ter botão nuclear "maior"


A Coreia do Norte reabriu nesta quarta-feira uma linha de comunicação de fronteira com a Coreia do Sul que estava fechada há muito tempo, horas após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aparentemente ironizar o líder norte-coreano, Kim Jong Un, ao dizer que tem um botão nuclear “maior e mais poderoso” do que ele.

A decisão de Pyongyang de abrir a linha telefônica de fronteira aconteceu um dia depois que a Coreia do Sul propôs conversas de alto nível com o vizinho do norte, em meio a um tenso impasse sobre os programas nuclear e de míssil norte-coreanos.

Essa proposta veio após o pronunciamento de Ano Novo do líder norte-coreano Kim, no qual ele disse que estava aberto a conversar com Seul e que iria considerar enviar uma delegação para a Olimpíada de Inverno que será realizada do outro lado da fronteira, em Pyeongchang, em fevereiro.

Kim ordenou a reabertura da linha de comunicação no vilarejo de trégua de Panmunjom às 4h30 (horário de Brasília) desta quarta-feira, quando agentes sul-coreanos receberam uma ligação da Coreia do Norte na fronteira, afirmou o Ministério de Unificação da Coreia do Sul em mensagem.

EUA alertam Coreia do Norte contra outro teste de mísseis e minimizam proposta de conversas


A embaixadora norte-americana na ONU, Nikki Haley, alertou a Coreia do Norte nesta terça-feira contra um outro teste de mísseis e disse que Washington não levará a sério planejadas conversações entre o regime norte-coreano e a Coreia do Sul se Pyongyang não der passos na direção de abrir mão de suas armas nucleares.

Haley disse a jornalistas que os Estados Unidos estão ouvindo relatos de que a Coreia do Norte pode estar se preparando para outro teste de mísseis. “Não levaremos nenhuma conversa a sério se não fizerem algo para banir todas as armas nucleares na Coréia do Norte”, disse a embaixadora. “A Coréia do Norte pode conversar com quem quiser, mas os EUA não vão reconhecer isso... até que eles concordem em banir as armas nucleares que eles têm”, acrescentou.

A Coreia do Sul propôs conversas à Coreia do Norte nesta terça-feira, apesar do impasse resultante dos programas de armas norte-coreanos, um dia depois de o líder do regime de Pyongyang, Kim Jong Un, ter dito que está aberto a negociações, mas que seu país seguirá com a “produção em massa” de ogivas nucleares.

A tensão na península coreana vem aumentando devido aos programas nuclear e de mísseis da Coreia do Norte, que esta desenvolve desafiando anos de resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas e em meio a uma retórica beligerante de Pyongyang e da Casa Branca.

O regime norte-coreano vê os exercícios de guerra frequentes entre Seul e Washington como uma preparação para a guerra. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tem liderado uma campanha global para aumentar a pressão sobre a Coreia do Norte para que desista de desenvolver um míssil nuclear capaz de atingir os Estados Unidos, manteve cautela ante a oferta de diálogo norte-coreana, dizendo em um tuíte: “Talvez seja uma boa notícia, talvez não - veremos!”.

A proposta de conversas de alto nível na próxima terça-feira foi debatida com os Estados Unidos, disse o ministro da Unificação sul-coreano, Cho Myong-gyon, mas ainda não está decidido se um grande exercício militar entre a Coreia do Sul e os EUA será adiado para depois da Olimpíada de Inverno sul-coreana deste ano. “Esperamos poder discutir francamente interesses dos dois lados frente a frente com a Coreia do Norte, além da participação do Norte na Olimpíada de Inverno de Pyeongchang”, afirmou o ministro da Unificação sul-coreano, Cho Myong-gyon, a repórteres.

“Repito, o governo está aberto a conversar com a Coreia do Norte, independentemente do momento, do local e da forma”. Cho disse esperar que o diálogo no vilarejo fronteiriço de Panmunjom, se acontecer, se concentre na participação norte-coreana nos Jogos em fevereiro, mas que outras questões provavelmente virão à tona, como a desnuclearização da Coreia do Norte.

Caso as conversas ocorram no dia 9 de janeiro, representarão o primeiro diálogo do gênero desde uma reunião de vice-ministros em dezembro de 2015.

A proposta chegou depois de um discurso feito por Kim no dia de Ano Novo no qual ele disse estar “aberto ao diálogo” com Seul e à possível atuação de atletas de sua nação nos Jogos de Inverno, mas declarou de forma persistente que a Coreia do Norte é uma potência nuclear.

Depois de saudar a fala de Kim, o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, pediu ao seu governo no início nesta terça-feira para agilizar a inclusão da Coreia do Norte na Olimpíada. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Geng Shuang, disse que os comentários positivos recentes dos dois lados sobre a melhoria das relações, e as colocações de Kim sobre a participação na Olimpíada, são “uma coisa boa”.

“A China louva a Coreia do Norte e a Coreia do Sul estarem fazendo esforços sinceros para tratar disto como uma oportunidade para melhorar as relações mútuas, incentivar a amenização da situação na Península Coreana e realizar a desnuclearização da península”.

Comentários