Rússia ameaça retaliação aos EUA após "invasão" de consulado em San Francisco





Autoridades dos Estados Unidos invadiram residências do consulado da Rússia em San Francisco, afirmou o Ministério das Relações Exteriores russo em Moscou, ameaçando retaliar o que chamou de ato hostil e ilegal.

Funcionários russos haviam deixado o consulado no mês passado depois de Washington ordenar que Moscou desocupasse algumas de suas propriedades diplomáticas, como parte de uma série de ações recíprocas durante uma fase espinhosa das relações bilaterais.

Desde então, autoridades norte-americanas ocuparam setores administrativos do complexo, mas na segunda-feira entraram em áreas residenciais que os funcionários russos de partida haviam trancado, disse a chancelaria russa em um comunicado.

“Apesar de nossos alertas, as autoridades norte-americanas não ouviram a razão e não desistiram de suas intenções ilegais”, afirmou o comunicado. “Reservamo-nos o direito de responder. O princípio de reciprocidade sempre foi e continua sendo o pilar da diplomacia”.

Filmagens veiculadas repetidamente na televisão estatal russa mostraram o que o canal disse serem autoridades norte-americanas rompendo cadeados em partes isoladas do complexo e entrando nas residências.

Os “invasores” tomaram todas as instalações, incluindo a residência do cônsul-geral, afirmou a chancelaria. “Assim sendo, entendemos que os americanos, ao invadir nossos edifícios diplomáticos, concordaram de fato que suas missões na Rússia podem ser tratadas de forma semelhante”.

No mês passado o presidente russo, Vladimir Putin, acusou Washington de tratamento “grosseiro” das dependências diplomáticas russas em solo norte-americano, ordenando que a chancelaria adotasse ações legais devido às supostas violações de direitos de propriedade da Rússia.

As ações mútuas começaram no ano passado, quando o então presidente norte-americano Barack Obama expulsou 35 diplomatas russos em retaliação à suposta interferência de Moscou na eleição que levou Donald Trump à Casa Branca.

Trump tomou posse em janeiro dizendo que queria melhorar a relação com a Rússia, e Putin falou de Trump favoravelmente. Mas as alegações de interferência na votação, que Moscou negou, persistiram à medida que uma investigação das autoridades dos EUA se ampliava.

Em julho, Moscou ordenou que os EUA reduzissem o número de seus funcionários diplomáticos e técnicos na Rússia em cerca de 60 por cento, ou seja, para 455 pessoas.

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