O presidente
da Tunísia, Beji Caid Essebsi, ordenou nesta quarta-feira que o
Exército proteja instalações de produção de fosfato, gás e petróleo,
após protestos com objetivo de interromper a produção ocorrerem no sul
do país.
Esta é a
primeira vez que tropas na Tunísia serão enviadas para proteger
instalações industriais vitais à economia do país. Protestos e greves
nos anos recentes custaram bilhões de dólares ao Estado.
Há diversas
semanas, cerca de mil manifestantes na província de Tatouine, onde a
italiana ENI e a austríaca OMV possuem operações de gás, têm exigido
empregos e uma distribuição da receita de recursos naturais da área.
Manifestações
também ocorreram em outra província no sul, em Kebili, e nesta
quarta-feira a polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar um tumulto
em uma cidade a oeste de Túnis, após um vendedor de frutas atear fogo
contra si mesmo em protesto contra a polícia.
Em um
incidente similar à autoimolação em 2011 que deu origem ao levante que
derrubou o autocrata Zine El-Abidine Ben Ali, o vendedor em Tebourba
jogou gasolina sobre si mesmo e se incendiou. Ele foi hospitalizado e
tumultos tiveram início.
Seis anos
após o levante, a Tunísia tenta decretar reformas sensíveis para ajudar
no crescimento, mas muitos jovens desempregados no sul do país ainda
sentem que recebem poucas oportunidades. O envio de forças militares irá
ocorrer imediatamente, disse Essebsi.
“É uma
decisão séria, mas deve ser aplicada para proteger nossos recursos”,
disse em discurso à nação. “Nosso caminho democrático se tornou ameaçado
e a lei deve ser aplicada, mas iremos respeitar liberdades”.
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