A mídia estatal da China criticou os Estados Unidos nesta quarta-feira por prejudicarem os esforços para deter ameaças cibernéticas globais na esteira do ataque com o vírus WannaCry, que infectou mais de 300 mil computadores em diversos países do mundo últimos dias.
A Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) deveria arcar com parte da culpa pelo ataque, que mira vulnerabilidades em sistemas da Microsoft e que até sábado havia atingido cerca de 30 mil organizações chinesas, informou o jornal China Daily.
"Esforços combinados para lidar com crimes cibernéticos vêm sendo prejudicados pelas ações dos Estados Unidos", disse o jornal, acrescentando que Washington não possui "nenhum indício crível" para sustentar as proibições impostas a empresas de tecnologia chinesas nos EUA após o ataque.
O ataque de malware, que começou na sexta-feira e foi ligado por alguns pesquisadores a ações anteriores realizadas por uma operação de hackers da Coreia do Norte, beneficiou-se de uma ferramenta criada pela NSA que vazou na internet em abril, informou a Microsoft.
A crítica ocorre no momento em que a China se prepara para adotar uma lei abrangente de cibersegurança que, segundo grupos empresariais norte-americanos, irá ameaçar as operações de companhias estrangeiras na China com leis rígidas de armazenamento local de dados e exigências de vigilância rigorosas.
As autoridades cibernéticas chinesas vêm pressionando há tempos pelo que chamam de equilíbrio "equitativo" na governança cibernética global, criticando o domínio dos EUA.
O China Daily ressaltou a proibição norte-americana ao fornecedor de telecomunicações chinês Huawei Technologies, argumentando se tratar de uma hipocrisia dado o vazamento da NSA.
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