Explosão deixa mortos e dezenas de feridos no metrô de São Petersburgo, na Rússia



Onze pessoas morreram e 45 ficaram feridas; investigação para 'ato terrorista' foi aberta e jovem asiático é suspeito, diz agência.
 Uma explosão entre duas estações do metrô de São Petersburgo, na Rússia, deixou mortos e feridos nesta segunda-feira (3). Segundo o Comitê Antiterrorismo do país, o número de mortos chega a 11 e 45 pessoas ficaram feridas e estão hospitalizadas. Mais cedo, a ministra da Saúde russa, citada pela agência Interfax, afirmou que havia 10 mortos e 47 feridos.
As estações Sennaya Ploshchad e Tekhnologicheskii Institut, no centro da cidade, foram atingidas. Outro artefato explosivo improvisado foi encontrado em uma terceira estação, a Ploshchad Vosstaniya, e desativado por especialistas. 
Citando uma fonte, a agência Interfax afirma que as autoridades russas tentam descobrir se foi um ataque suicida e têm como suspeito preliminar um jovem da Ásia Central. Segundo a fonte, ele teria ligação com radicais islâmicos.
A fonte diz que o homem que havia sido registrado em câmeras de segurança e considerado suspeito se apresentou e afirma que não teve nenhum papel no ataque, segundo fontes da agência Interfax. A foto desse primeiro suspeito, um homem de barba usando um chapéu preto (abaixo), foi publicada pelo site de notícias russo Fontanka. Ele teria entrado no metrô 20 minutos antes da explosão.
Segundo a France Presse, o governo abriu uma investigação para “ato terrorista” e, de acordo com a Reuters, há mandados de busca para duas pessoas. Uma delas teria colocado a bomba no vagão de metrô que explodiu e a outra, na estação onde o artefato foi desativado.
O presidente do país, Vladmir Putin, afirmou mais cedo que o governo está considerando todas as possíveis causas da explosão, incluindo terrorismo. "Eu já falei com o chefe de nossos serviços especiais, eles estão trabalhando para determinar a causa [das explosões]", disse Putin.
"As causas não são claras, é muito cedo. Vamos analisar todas as possíveis causas, o terrorismo e o crime comum", acrescentou. O presidente russo está na cidade, que é considerada capital cultural do país, e tinha participado de um encontro com o presidente da Belarus, Alexander Lukashenko. Putin tinha feito um pronunciamento mais cedo.
Já à noite, Putin depositou flores na estação em tributo às vítimas.

Atentado

A agências russas RIA e Interfax e a rede americana CNN dizem que o ataque foi terrorista. Segundo a Interfax, o explosivo foi deixado em uma pasta dentro de um dos vagões do metrô, e uma câmera de segurança flagrou esse momento. A CNN cita uma declaração do procurador-geral russo.
O artefato teria provocado a explosão entre duas estações, antes da partida de um dos trens metropolitanos, o que causou uma grande nuvem de fumaça e forçou a retirada de muitos passageiros. As autoridades russas afirmaram também que outro explosivo caseiro foi desativado na estação Ploschad Vastania, segundo a agência EFE.
O primeiro-ministro, Dmitri Medvedev, pediu para que os serviços de emergência prestem ajuda aos feridos no "ataque terrorista".
Imagens divulgadas pela rede americana mostram muita fumaça e correria. Fotos de pessoas feridas caídas na plataforma foram divulgadas nas redes sociais. Dezessete ambulâncias foram para a estação Sennaya Ploshchad.
O metrô retomou parcialmente seus serviços após ficar fechado durante várias horas, apesar de ter reforçado as medidas de segurança nas entradas e saídas das estações. Segundo a administração do meio de tranporte, três linhas voltaram a funcionar normalmente e duas, em parte. Por questão de segurança, os trechos entre as duas estações afetadas pelo atentado permanece fechado.

Repercussão

A França aumentou a segurança no transporte público em Paris após a explosão de São Petersburgo, informou o Ministério do Interior.
"Após os acontecimentos no metrô de São Petersburgo, e como medida de precaução, o ministro do Interior Matthias Fekl decidiu reforçar os meios de segurança no transporte público na região de Paris", disse o ministério em comunicado. "Em meio a uma ameaça extremamente alta de terrorismo, o governo continua a tomar medidas para proteger o povo francês."
O presidente dos EUA, Donald Trump, se manifestou sobre o ataque e descreveu o ocorrido como "uma coisa terrível", de acordo com a agência France Presse. "Acontece no mundo todo, com certeza uma coisa terrível", declarou o magnata em um evento na Casa Branca.
O secretário-geral da ONU, o português António Guterres, condenou o atentado, e reivindicou que os autores do mesmo sejam responsabilizados devidamente.
Guterres também ofereceu sua condolências às famílias das vítimas, ao governo e ao povo russo, segundo seu porta-voz, Stéphane Dujarric, em um breve comunicado. "Os responsáveis deste ato abominável devem prestar contas", ressaltou o chefe das Nações Unidas.
No Brasil, o presidente Michel Temer escreveu em seu Twitter que lamenta o ocorrido.

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