Na Coreia do Sul, vice-presidente americano reitera que "era da paciência estratégica" acabou e que testes de mísseis balísticos são inaceitáveis. Pyongyang afirma que situação na região é "extremamente perigosa".
Mike Pence em visita à zona desmilitarizada na fronteira entre a Coreia do Sul e a Coreia do Norte
O vice-presidente americano, Mike Pence, afirmou nesta segunda-feira (17/04) que os Estados Unidos darão uma "resposta esmagadora e eficaz" caso a Coreia do Norte utilize armas nucleares, apontando que a "era da paciência estratégica" com o regime de Pyongyang acabou.
"Queremos ver a Coreia do Norte abandonar o seu caminho descuidado de desenvolvimento de armas nucleares. O seu contínuo uso e testes de mísseis balísticos são inaceitáveis", afirmou em visita à zona desmilitarizada na fronteira do país com a Coreia do Sul.
"O presidente [Doanld] Trump deixou claro que a paciência dos EUA e seus aliados na região expirou, e queremos ver mudança", acrescentou. Pence faz uma visita de dez dias à Ásia para tratar principalmente das tensões com o regime de Pyongyang.
Segundo o vice-presidente americano, Trump espera que a China pressione o regime de Pyongyang a abandonar o uso de armas nucleares. Pence acrescentou que o comprometimento americano com a Coreia do Sul é "sólido e imutável".
O porta-voz do Ministério do Exterior da China, Lu Kang, quer retomar negociações multilaterais sobre o programa nuclear da Coreia do Norte. Kang sugeriu que os planos dos EUA de instalar um sistema de defesa de mísseis na Coreia do Sul irá minar as relações do país com a China.
Em Moscou, o ministro russo do Exterior, Serguei Lavrov, disse esperar que não haja nenhuma ação unilateral, como a tomada recentemente pelos EUA contra o regime de Bashar al-Assad na Síria.
Já o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, apelou para que a China e a Rússia tenham um papel mais significativo em meio às tensões. "Não é necessário dizer que esforços diplomáticos são importantes para manter a paz. Mas diálogo apenas por diálogo não tem significado", afirmou. "Precisamos pressionar a Coreia do Norte para que o país responda seriamente a um diálogo."
No fim de semana, o regime comunista da Coreia do Norte utilizou as comemorações do 105° aniversário de nascimento de Kim Il-sung, avô do atual ditador, Kim Jong-un, para exibir seu poderio militar e sinalizar aos EUA a disposição do país para a guerra. Neste domingo, a Coreia do Norte fez mais um teste com míssil, mas o lançamento fracassou.
Coreia do Norte ameaça
O diretor-geral de Organizações Internacionais da Coreia do Norte, Kim Chang-min, afirmou que a situação na região é "extremamente perigosa" e que, a qualquer momento, pode haver uma guerra.
"Hoje há uma situação extremamente perigosa na península da Coreia, na qual ninguém pode prever quando ficará fora de controle, o que pode resultar numa guerra total", disse.
Kim culpou os EUA pela tensão atual na região e acrescentou que a visita de Pence à Coreia do Sul tem como fazer "um ataque preventivo para derrubar o regime" comunista norte-coreano.
O diretor-geral assegurou que "seria um erro esperar uma resposta da Coreia do Norte similar à da Síria, que não tomou nenhuma medida depois do ataque dos EUA". "Washington diz que todas as opções estão sobre a mesa. Não só eles, mas nós também temos nossas próprias opções", declarou o alto funcionário norte-coreano.
Kim disse que as sanções econômicas impostas pelo Conselho de Segurança da ONU à Coreia do Norte em resposta aos últimos testes nucleares e lançamentos de mísseis são "ilegais".
"Nunca aceitaremos as sanções que foram impostas. As rejeitamos taxativamente. Se os testes nucleares são uma ameaça para a segurança mundial, os EUA deveriam ser os primeiros a serem punidos", afirmou.
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