A Rússia
mobilizou um míssil de cruzeiro de lançamento terrestre que viola o
"espírito e a intenção" de um tratado de controle de armas e representa
uma ameaça à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), disse o
vice-presidente do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, general
Paul Selva, nesta quarta-feira.
Foi a
primeira acusação pública de um militar norte-americano a respeito da
mobilização desde relatos do mês passado segundo os quais a Rússia
montou secretamente o míssil de cruzeiro SSC-8, que Moscou está
desenvolvendo e testando há vários anos, apesar de os EUA se queixarem
de que ele viola seções do tratado Forças Nucleares de Alcance
Intermediário (INF, na sigla em inglês), de 1987.
"O sistema
em si representa um risco à maioria de nossas instalações na Europa, e
acreditamos que os russos o mobilizaram deliberadamente para ameaçar a
OTAN e instalações dentro da área de responsabilidade da OTAN", afirmou
Selva durante uma audiência do Comitê de Serviços Armados da Câmara dos
Deputados. Ele não especificou se o míssil comporta uma arma nuclear.
Selva disse
que os EUA abordaram o assunto com Moscou, mas não quais opções estão
sendo cogitadas se as discussões não derem resultado. Ele acrescentou,
porém, que "nos pediram para incorporar um conjunto de opções na análise
de postura nuclear".
Em uma
entrevista concedida à Reuters no mês passado, o presidente
norte-americano, Donald Trump, disse que tocará no tema da mobilização
com seu colega russo, Vladimir Putin, "se e quando nos reunirmos".
Kremlin rejeita acusação dos EUA sobre violação de tratado de controle de armas
O Kremlin
refutou nesta quinta-feira as acusações dos Estados Unidos de que a
Rússia teria violado o "espírito e a intenção" de um tratado de controle
de armas.
"A Rússia
foi, é e será cumpridora de todas as obrigações internacionais,
incluindo aquelas do Tratado de Forças Nucleares de Alcance
Intermediário (INF)... mesmo quando não são inteiramente do interesse da
Rússia", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a repórteres.
O
vice-presidente do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas dos EUA,
Paul Selva, disse na quarta-feira que a Rússia havia preparado um míssil
de cruzeiro, violando o "espírito e a intenção" de um tratado de
controle de armas e representando uma ameaça à OTAN.
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