Encontrada evidência de água a mais de 1000 km de profundidade



Baseado em análise de diamantes encontrados em Mato Grosso, uma equipe de pesquisadores concluiu que a Terra pode ter uma grande camada de água a mais de 1000 km da superfície, corroborando estudos recentes que já alertavam sobre essa possibilidade.

Água Subterrânea
O estudo foi publicado na revista New Scientist e foi feito a partir de amostras de diamantes encontrados em rios da região de Juina, em Mato Grosso.
De acordo com cientista Steve Jacobsen, autor do estudo e ligado à Northwestern University, nos EUA, os diamantes estudados apresentam imperfeições, conhecidas como "inclusões", que sugerem que em algum momento nos últimos 90 milhões de anos esse material já esteve em contato com a água ou umidade.
Analisando as pedras, a equipe de Jacobsen encontrou íons de hidroxila em sua composição, normalmente formados na presença de moléculas de água. Mais importante que isso, também encontraram evidências de metais originados no manto inferior terrestre.
A inclusão em si foi feita principalmente de ferropericlase, uma mistura de ferro e óxido de magnésio que pode absorver outros metais como alumínio e titânio em ambientes quentes e pressurizados, como o manto inferior da Terra.
Presença de água
Estes metais, acreditam os cientistas, se separaram dentro do diamante à medida que ele chegou superfície. Dessa forma, eles foram capazes de estimar a profundidade em que o diamante foi formado, que parece ter sido a cerca de 1000 quilômetros de profundidade, sugerindo que há uma fonte de água a essa profundidade.
"Esta é a evidência de água mais profunda que temos em nosso planeta", disse Jacobsen. "O grande aprendizado dessa evidência é que o ciclo da água na Terra é maior do que jamais pensamos e pode se estender para o manto profundo", explicou o cientista.
Esta não é a primeira vez que os cientistas propuseram que a água pode ter sido armazenada muito abaixo da superfície da Terra, mas é atualmente a maior evidência dessa possibilidade.
Embora seja apenas uma possibilidade, caso confirmada não significa que esta água está na forma de um vasto oceano subterrâneo. Em vez disso, nas palavras de Jacobsen de um artigo recente no Smithsonian em junho, esse líquido seria mais parecido com uma crosta densa de um bolo, com a água fervendo na rocha própria rocha.

A origem dessa água é outro problema a ser desvendado. Atualmente, os cientistas não têm certeza se nosso planeta sempre teve água ou se chegou aqui por objetos como asteroides. Assim, determinar a idade desta possível camada de água poderia revelar um pouco mais sobre isso.

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