Forças iraquianas entram em Mossul pela primeira vez



Ofensiva para retomar a segunda cidade mais importante do país das mãos do "Estado Islâmico" já dura três semanas. Segundo uma ONG, 4.500 pessoas morreram, entre elas 1.343 civis, no conflito armado na Síria em outubro.

As tropas iraquianas entraram pela primeira vez na cidade de Mossul, no norte do país, e travam combates com os jihadistas do grupo "Estado Islâmico" (EI), afirmou nesta terça-feira (01/11) um comandante do alto escalão das forças armadas do país.
O governo tenta retirar do controle do EI a segunda cidade mais importante do país. O chefe das forças antiterroristas do Iraque, Abdelgani al-Asadi, disse que as tropas libertaram nas últimas horas uma parte de Kukyeli, distrito considerado uma porta para Mossul, e que cercou o bairro.
Al-Asadi estima que Kukyeli pode ser totalmente conquistada ainda nesta terça-feira, mas também considerou que, devido a seu grande tamanho, as operações poderiam levar "mais tempo".
As tropas iraquianas retomaram no dia anterior o controle de Bazauia, também na frente oriental, e fizeram avanços em Kukyeli. Agora, as forças iraquianas estão a cerca de 900 metros da entrada de Mossul.
O chefe das operações conjuntas iraquianas, Taleb Shagati, afirmou na segunda-feira que a entrada das tropas em Mossul poderia acontecer nas "próximas horas" e que a libertação da cidade vai ocorrer "muito em breve".
Na segunda-feira à noite, o primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, garantiu que o exército iraquiano está "muito perto" da cidade de Mossul e que o EI só tem a opção de "se render ou morrer".
Drama de civis
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos afirmou nesta terça-feira que ao menos 4.527 pessoas morreram, entre elas 1.343 civis, no conflito armado na Síria durante o mês de outubro. Em setembro, foram 3.686 mortos.
Entre as vítimas civis estão 317 menores de idade e 182 mulheres. Ao menos 549 civis perderam a vida nos bombardeios de aviões de combate sírios e russos, enquanto que 191 morreram por ataques de mísseis, foguetes e artilharia do governo sírio.
O EI tentou transportar nesta segunda-feira 25 mil civis de um distrito ao sul de Mossul ao centro da cidade para usá-los como escudos humanos, afirmou a ONU.
A maioria dos veículos usados pelos jihadistas não conseguiram chegar ao destino porque haviam aviões da coalizão militar que apoia o Iraque e que patrulhava a zona, fazendo com que os jihadistas retornassem ao distrito de Hammam al-Ali, de onde haviam partido.
A grande ofensiva para reconquistar Mossul começou no último dia 17 e, desde então, as forças iraquianas, com apoio dos combatentes curdos peshmerga, foram avançando sem pausa, pelas frentes leste, norte e sul.
A frente oeste foi aberta há três dias pelas milícias xiitas pró-governo Multidão Popular, que mobilizaram cerca de 15 mil homens na região.
Mossul é o principal bastião do EI no Iraque, depois que o grupo jihadista conquistou a cidade em junho de 2014, quando também proclamou um califado nos territórios sob seu controle neste país e na vizinha Síria.

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