OTAN monitora mísseis russos em Kaliningrado, que podem levar carga nuclear



O secretário-geral da OTAN, o ex-premiê norueguês Jens Stoltenberg, afirmou nesta terça-feira que a aliança militar está monitorando os mísseis balísticos russos posicionados no enclave de Kaliningrado, no Mar Báltico, que foram projetados para transportar carga convencional e nuclear.
"O posicionamento de mísseis Iskander em Kaliningrado é um novo exemplo do reforço militar russo perto das fronteiras da OTAN", disse Stoltenberg em entrevista coletiva na véspera da reunião de dois dias dos ministros da Defesa da aliança militar do Atlântico Norte.
O político norueguês acrescentou que isso é "apenas um elemento de um panorama mais amplo" e que esses mísseis "duais" podem carregar "explosivos convencionais, mas também ogivas nucleares".
"Certamente nos preocupa o reforço militar russo perto de nossas fronteiras, que vemos no leste, mas também no sul e no Mediterrâneo, perto da Síria, mas também da Turquia", um país aliado, comentou o secretário-geral da OTAN.
O político norueguês ressaltou que a aliança "está respondendo de maneira comedida e responsável", motivo pelo qual ela "vem aumentando há muito tempo" sua defesa coletiva "com a movimentação de forças na parte leste".
"Tudo o que fazemos é defensivo. É importante responder, mas não em excesso", enfatizou Stoltenberg.
A Rússia transferiu mísseis Iskander-M com capacidade nuclear para seu enclave báltico de Kaliningrado, conforme informou neste mês o Ministério da Defesa russo, que reiterou que esse movimento faz parte de exercícios militares rotineiros.
"O que sabemos é que plataformas de lançamento de mísseis balísticos Iskander, que é o que podemos ver, foram transferidas da Rússia continental para Kaliningrado", comentou em um encontro com a imprensa o embaixador americano na OTAN, Douglas Lute.
Além disso, o diplomata americano acrescentou que este "não é o primeiro movimento deste tipo", e que os integrantes da OTAN não têm conhecimento da "presença de armas nucleares nesses mísseis".
"No passado, eles fizeram um exercício e depois retornaram com os mísseis para o território continental. Vamos monitorar isto", comentou Lute, que acrescentou que, de qualquer forma, Kaliningrado "é território russo, portanto os exercícios de suas forças em seu território são legítimos".
Para Lute, a situação seria diferente se essa movimentação "se transformasse em algo permanente" e fosse confirmada "a presença de armas nucleares".
"Seria uma mudança na atitude de segurança que não promoveria estabilidade, mas seguiria formulando dúvidas sobre instabilidade", considerou o representante americano, para quem isso "não seria um movimento benéfico".

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