Aviões de combate decolaram nesta
sexta-feira do porta-aviões francês Charles de Gaulle como parte dos
preparativos da coalizão internacional para a reconquista de Mossul,
último reduto do grupo extremista Estado Islâmico (EI) no Iraque.
O Estado Islâmico conquistou em 2014
amplas zonas do território iraquiano ao norte e a oeste da capital
Bagdá. Mossul, a segunda cidade do Iraque, se converteu em seu principal
reduto.
As tropas iraquianas, que conseguiram
reconquistar grandes partes destes territórios nos últimos dois anos, se
preparam para retomar esta cidade do norte do país, com o apoio da
coalizão internacional, que mobiliza cada vez mais meios antes do início
desta batalha chave.
O navio de guerra francês é um dos meios colocados a serviço desta coalizão.
Oito caças do tipo Rafale decolaram nesta
sexta-feira pela manhã do navio mobilizado no Mediterrâneo oriental,
constatou um jornalista da AFP.
Não foi comunicado nenhum detalhe sobre o
objetivo da missão. Estas aeronaves podem realizar bombardeios ou
trabalhos de reconhecimento no Iraque ou na Síria.
"Não é o início da batalha de Mossul, é o
prosseguimento das operações de apoio que fornecemos no âmbito da
coalizão (...). Em breve começará a ação maior, mas não hoje", declarou
nesta sexta-feira o ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian.
Esta é a terceira vez em que o
porta-aviões Charles de Gaulle participa de operações da coalizão
internacional anti-EI, dirigida pelos Estados Unidos desde fevereiro de
2015. Será sua última mobilização antes de uma parada técnica de 18
meses no início de 2017.
O Charles de Gaulle, que tem a bordo 24
aviões do tipo Rafale, dois aviões Hawkeye e quatro helicópteros, saiu
do porto de Tolon em 20 de setembro.
Com a contribuição deste porta-aviões é
triplicada a capacidade de ataque por ar da França na região, onde 12
caças Rafale já estão estacionados na Jordânia e nos Emirados Árabes
Unidos.
A França contribui com 5% do total de
bombardeios da coalizão (15.310) desde o verão de 2014, muito atrás dos
Estados Unidos (cerca de 80%).
A mobilização do Charles de Gaulle,
prevista para o fim de outubro, "reforçará nossas capacidades de
inteligência" e "melhorará a informação das forças que retomarão o
território de Mossul", indicou neste verão Le Drian.
Reforços norte-americanos
A ofensiva em Mossul pode começar em
outubro, segundo várias autoridades ocidentais. O objetivo desta batalha
é reconquistar a cidade de Mossul antes do fim do ano.
De acordo com as últimas estimativas do Pentágono, haveria em Mossul entre 3.000 e 4.500 combatentes do EI.
Os Estados Unidos também posicionam suas
peças antes do ataque final. O presidente Barack Obama autorizou na
quarta-feira o envio de cerca de 600 soldados adicionais, que se somam
aos 4.600 militares já presentes no país.
"Estas tropas terão principalmente a
tarefa de apoiar as forças iraquianas e as tropas peshmergas (curdas)
nas operações para isolar e romper o controle do EI sobre Mossul",
indicou na quarta-feira o secretário americano de Defesa, Ashton Carter.
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