RN solicita permanência de militares por mais 30 dias para conter ataques







Governador também pediu a liberação de efetivo extra para atuar em Mossoró. Estado voltou a registrar ataques criminosos nas últimas horas.

O Governo do Rio Grande do Norte solicitou oficialmente a prorrogação da permanência das Forças Armadas na Grande Natal por mais 30 dias. Além disso, o governador Robinson Faria pediu ao presidente interino Michel Temer a liberação de efetivo extra para atuar na cidade de Mossoró, no Oeste potiguar.

O Estado voltou a ser alvo de novos ataques nas últimas horas. Um caminhão e um carro foram incendiados na madrugada desta segunda-feira (15) na Zona Oeste de Natal. E em Venha-Ver, um ônibus escolar foi incendiado também de madrugada.
Os pedidos foram enviados ao Governo Federal na sexta-feira (12). No ofício, o governador do estado indica que, apesar de "a situação na região de Natal ter apresentado significativa melhora, persistem indicativos de rebeliões a serem deflagrados em unidades do Sistema Penitenciário".

Robinson Faria também solicitou a liberação de novos militares para atuar na Operação Potiguar em Mossoró, "em vista da necessidade de garantir a Lei e a Ordem naquela importante região".

A solicitação é para que as Forças Armadas permaneçam no estado por 30 dias. Contudo, esse prazo pode ser prorrogado por mais 30.

As tropas começaram a atuar na quinta-feira, dia 4, com o prazo para permanecer nas ruas até o dia 16. Segundo a assessoria do Exército, aproximadamente 1.200 militares sendo 920 do Exército, 220 da Marinha e 60 da Força Aérea foram empregados na Operação Potiguar. Durante a solenidade de lançamento da operação, o governador do RN apelou para que o prazo fosse estendido.

Ataques

Foram registrados novos ataques criminosos na madrugada desta segunda-feira (15). Os casos aconteceram na Zona Oeste de Natal. Primeiro, um caminhão foi incendiado em frente a uma oficina no bairro Felipe Camarão. Em seguida, um carro foi queimado no bairro Bom Pastor.

Um ônibus escolar foi incendiado na madrugada desta segunda-feira (15) na cidade de Venha-Ver, na região do Alto Oeste potiguar. Segundo a Polícia Militar, o veículo era antigo e havia sido arrematado em um leilão. O dono disse que o objetivo era transformar o ônibus em uma lanchonete no estilo food truck. Ninguém foi preso.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (Sesed), até a última sexta-feira (12) já haviam sido contabilizados 114 atos criminosos em 40 cidades potiguares desde o início dos ataques. Ainda segundo a Sesed, 110 pessoas já foram presas suspeitas de envolvimento nos crimes.

A razão dos ataques é a instalação de bloqueadores de celular na Penitenciária de Parnamirim, na Grande Natal, feita no dia 28 de julho. Uma facção, formada dentro dos presídios, reivindica os ataques. O primeiro aconteceu na tarde de 29 de julho, quando um micro-ônibus foi incendiado em Macaíba, também na Grande Natal.

Desde então, as forças de segurança vêm registrados atentados a ônibus, carros, prédios da administração pública e bases policiais em todo estado. Um dos acessos ao Aeroporto Internacional Aluízio Alves, e até mesmo a vegetação do Morro do Careca – um dos principais cartões-postais do RN - também foram alvos dos atentados.
Transferências

Apontados como chefes da facção, 21 detentos foram transferidos para as penitenciárias federais de Catanduvas (PR), Campo Grande (MS) e Porto Velho (RO). Outros cinco presos, também apontados como chefes da facção, foram transferidos no início do mês para a Penitenciária Federal de Mossoró.

 

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