Presidente venezuelano desmerece acusações de participação com o narcotráfico, feitas pelos Estados Unidos, e define general Néstor Luís Reverol Torres como "um patriota".
O presidente da Venezuela, Nicolás
Maduro, nomeou nesta terça-feira (03/08) para o Ministério do Interior e
da Justiça o general Néstor Luís Reverol Torres, acusado no dia
anterior pelos Estados Unidos de ligações com o tráfico de cocaína.
"Designei o major general Néstor Reverol
como novo ministro do Interior, Justiça e Paz, para que fortaleça a
Operação de Libertação do Povo [programa governamental de combate à criminalidade]", disse o presidente venezuelano durante seu programa de rádio e televisão.
Com 51 anos, o ex-diretor do Escritório
Nacional Antidrogas da Venezuela e diretor da Guarda Nacional
Bolivariana [polícia militar], Reverol foi acusado pelos Estados Unidos
de estar alegadamente vinculado ao tráfico de cocaína.
Maduro condenou as acusações dos EUA e
definiu o general como "um patriota", "um homem valente" que "bateu
recordes na captura de narcotraficantes internacionais" e agora dará
"duros golpes em grupos paramilitares".
As autoridades americanas formalizaram
uma acusação por alegado tráfico de cocaína contra dois ex-dirigentes do
Escritório Nacional Antidrogas da Venezuela: Reverol e o ex-subdiretor
daquele organismo e atual adido militar venezuelano na Alemanha,
Edylberto José Molina Molina.
A acusação, segundo informação publicada
no site do Departamento de Justiça dos EUA, foi formalizada pelo
Tribunal Federal do Distrito de Nova York, sendo os acusados
alegadamente responsáveis de participar de uma "conspiração para
distribuição internacional de cocaína" entre janeiro de 2008 e dezembro
de 2010, quando ambos estavam encarregados da luta contra o tráfico de
narcóticos.
Segundo a acusação, os acusados teriam
recebido "pagamentos de traficantes de droga em troca de os ajudar na
distribuição de cocaína para importação definitiva nos Estados Unidos".
Os traficantes teriam sido alertados sobre futuras operações antidrogas e
dos locais onde estavam agentes.
Venezuela diz que preside Mercosul e denuncia "aliança tríplice" contra país¹
A Venezuela
afirmou nesta terça-feira que está no exercício pleno da presidência
'pro tempore' do Mercosul, apesar de Brasil, Argentina e Paraguai
insistirem que o comando do bloco está vago até que os venezuelanos
cumpram com vários requisitos.
O governo
venezuelano também denunciou que os seus três sócios no bloco estão no
que chamou de uma "tríplice aliança" da "direita extremista", que
estaria usando "manobras legalistas" para impedir que a Venezuela tome
posse.
"A Venezuela
rechaça categoricamente a invenção de uma tese fraudulenta... da falsa e
suposta vacância na presidência pro tempore, que exercemos legalmente a
partir de 29 de julho", disse a chancelaria venezuelana em comunicado.
O Uruguai
deu por finalizado na sexta-feira seu período na presidência do Mercosul
e os tratados internos estabelecem que caberia à Venezuela ocupar o
posto. Mas o ato de transmissão de comando, que estava previsto para fim
de junho, foi adiado devido às divergências.
Ainda assim, Montevidéu recomendou que a Venezuela assuma a presidência.
Brasil e
Paraguai argumentam que o governo do presidente venezuelano, Nicolás
Maduro, não está em condições políticas nem econômicas de assumir a
presidência do Mercosul, por causa da crise interna que atravessa o país
e pelas denúncias de violações de direitos humanos.
O Brasil
também considera que a Venezuela não cumpriu com os requisitos para se
tornar membro pleno do bloco. A Argentina disse que a presidência não
pode ser assumida até que se concretize a transmissão com suas
formalidades.
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