Os Estados
Unidos e Israel preencheram várias das lacunas remanescentes nas
negociações de um novo pacote de ajuda militar de vários bilhões de
dólares para o principal aliado de Washington no Oriente Médio, e os
dois lados esperam chegar a um acordo em breve, disse uma autoridade
norte-americana de alto escalão na quarta-feira.
Jacob Nagel,
diretor interino do conselho de segurança nacional de Israel, finalizou
três dias de discussões a portas fechadas na capital dos EUA a respeito
de um novo pacto de defesa de 10 anos, incluindo uma reunião com a
conselheira de segurança nacional norte-americana, Susan Rice.
A demora das
negociações do pacote de ajuda ressaltou o atrito constante entre o
presidente dos EUA, Barack Obama, e o primeiro-ministro israelense,
Benjamin Netanyahu, resultante do acordo nuclear com o Irã, arquirrival
de Israel, no ano passado, uma iniciativa liderada por Washington. Os
EUA e Israel também vêm se desentendendo a respeito dos palestinos.
Mas como
Obama irá entregar o cargo em janeiro, os dois lados parecem cada vez
mais determinados a chegar a um entendimento de forma a salvaguardar a
assistência norte-americana ao Estado judeu ao longo da próxima década.
"Fizemos
progresso e preenchemos muitas das lacunas remanescentes. Esperamos
poder chegar a um acordo final logo", disse o funcionário graduado à
Reuters após a conclusão das conversas, mas sem dar maiores detalhes ou
fornecer um cronograma preciso para a finalização das tratativas.
Despertando
esperanças de superar uma discórdia fundamental, Israel assinalou no
começo das conversas que poderia aceitar a exigência do governo Obama de
que os fundos militares norte-americanos, até agora gastos parcialmente
em armas israelenses, sejam eventualmente gastos inteiramente com armas
feitas nos EUA, de acordo com fontes norte-americanas.
Isso
representaria uma grande concessão de Netanyahu. O líder direitista
israelense, que sempre teve uma relação tensa com Obama, decidiu que
seria melhor elaborar um novo memorando de entendimento (MOU, na sigla
em inglês) com ele do que torcer por condições melhores do próximo
presidente norte-americano, segundo autoridades dos dois lados.
A Casa
Branca se comprometeu a assinar um novo MOU que "constituiria o maior
compromisso isolado de assistência militar a qualquer país na história
dos EUA". O pacto atual, que foi assinado em 2007 e vence em 2018, deu a
Israel cerca de 30 bilhões de dólares de financiamento militar
estrangeiro.
Acredita-se
que os negociadores dos EUA mantiveram uma oferta anterior de 3,5 a 3,7
bilhões de dólares anuais para o aliado nos termos do novo MOU,
substancialmente menos que os 4 bilhões de dólares anuais que Netanyahu
havia pedido, mas ainda assim um aumento considerável.
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