Alemanha prepara Exército para eventual ação antiterrorista







Ministra da Defesa diz que será discutido com estados sobre cenários para os quais Forças Armadas serão treinadas. "Paris abriu os olhos de todos", afirma. Assunto divide a coalizão de Merkel. 



A ministra da Defesa da Alemanha, Ursula von der Leyen, afirmou à edição desta segunda-feira (01/08) do jornal Bild que deverá decidir na próximas semanas como e em quais situações as Forças Armadas (Bundeswehr) vão atuar em operações contra o terrorismo no país.
Segundo a ministra, no final do verão europeu será decidido, numa conferência com os secretários do Interior de cada estado alemão, sobre os cenários para os quais as Forças Armadas deverão ser treinadas.
Primeiro, será feito um exercício de posto de comando (simulação de operações de combate) entre a Bundeswehr e as autoridades policiais de vários estados. Três já demonstraram interesse. A ministra explica que se trata não somente de apoio logístico, mas também militar.
"Em casos mais graves a polícia decide do que ela precisa para lidar com uma situação de terrorismo. Mas, em princípio, o Tribunal Constitucional Federal esclareceu que, em casos extremos, os militares poderão ser chamados", declarou Von der Leyen.
Segundo a ministra, é "importante e correto" que a Alemanha fale sobre uma possível ação antiterror da Bundeswehr. "Todos nós esperamos que nunca se chegue à situação que seja exigido o uso da Bundeswehr na Alemanha. Mas Paris abriu os olhos de todos. É melhor o ceticismo agora do que, mais tarde, a acusação de que nós não estávamos preparados", frisou.
O debate sobre o emprego das Forças Armadas em território nacional existe há anos, alimentado sobretudo por membros da União Democrata Cristã (CDU), da chanceler federal alemã Angela Merkel, e sua aliada bávara União Social Cristã (CSU). O Partido Social-Democrata (SPD), atualmente na coalizão de governo, e a oposição são contra o uso dos militares.
Em julho passado, os membros do governo chegaram a um consenso e, dentro do novo plano de segurança nacional, contemplaram a possibilidade de usar o Exército em casos extremos, como atentados terroristas. É com base nesse acordo que poderão ser iniciados os exercícios conjuntos entre militares e policiais.

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