Turquia fecha mais de 130 meios de comunicação e manda prender 47 jornalistas








Ancara determina o fechamento de mais de 130 meios de comunicação, além de emitir mandados de prisão para jornalistas. Autoridades turcas também ordenam a demissão de centenas de membros das Forças Armadas do país
Pelo menos 149 generais e almirantes turcos foram demitidos das Forças Armadas da Turquia, nesta quarta-feira (27), sob alegação de envolvimento na tentativa de golpe de Estado de 15 de julho. Além disso, Ancara determinou o fechamento de mais de 130 meios de comunicação e a Justiça do país emitiu mandado de prisão contra 47 ex-funcionários do diário turco Zaman.
"Os elementos das Forças Armadas foram despedidos por cumplicidade na tentativa de golpe de Estado", afirmou um responsável turco, especificando que foram demitidos 87 oficiais superiores do Exército, 30 da Força Aérea e 32 da Marinha. A emissora CNN Türk afirmou que um total de 1.684 militares foi dispensado.
O número de demissões foi anunciado na véspera de uma reunião do Conselho Supremo Militar para realizar a reestruturação das Forças Armadas. Desde o fracasso do golpe de 15 de julho, 178 generais foram colocados sob custódia, segundo dados fornecidos pelo Ministério do Interior.
As autoridades turcas ordenaram, nesta quarta-feira, também o encerramento de 45 jornais e 16 canais de televisão, depois de já terem mandado fechar três agências noticiosas, 23 estações de rádio, 15 revistas e 29 editoras. Entre os veículos fechados, estão a agência de notícias Cihan, a estação pró-curda IMC TV e o jornal de oposição Taraf.
Também nesta quarta-feira, a Justiça turca emitiu mandados de prisão para 47 ex-funcionários do jornal Zaman. Até a aquisição pelo Estado, o Zaman era o carro-chefe do movimento clérigo muçulmano Fethullah Gülen, cujo presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, culpou pela tentativa de golpe.
Na sequência da tentativa de golpe de Estado, o Executivo turco declarou o estado de emergência e desencadeou uma busca em diversos organismos estatais para localizar os alegados seguidores de Gülen, que vive exilado nos Estados Unidos.
Desde o dia da tentativa de golpe foram detidas pelo menos 13.165 pessoas, incluindo 8.838 soldados, 2.101 juízes e fiscais, e 1.485 polícias, tendo sido ainda emitida ordem de prisão contra 42 jornalistas. Até o momento, foram destituídos 50 mil funcionários, públicos e privados, a maioria integrada no setor educativo.

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